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A Osteonecrose de quadril é uma doença caracterizada pela morte celular (infarto) na cabeça do fêmur, devido a falta de circulação sanguínea ou algum fator que afete as células da região. Em condições saudáveis nossos ossos são tecidos vivos, com vasos sanguíneos, nervos e células.
O abuso de álcool e tabaco e uso excessivo de corticoides estão entre as principais causas para o desenvolvimento desta doença.
Um estudo publicado no “The Journal Of Arthroplasty” aponta que fatores de risco combinados aumentam as chances de desenvolver a doença, se comparado a pacientes que possuem apenas um fator ou não o apresentam. As causas combinadas levaram ao desenvolvimento da osteonecrose da cabeça femoral em idades mais jovens, sendo a combinação de álcool, tabaco e corticóide a considerada mais perigosa, com efeitos multiplicados em 12,54. Álcool e corticóide vêm na sequência, em com 10.20 vezes mais chances, seguida por corticóide e tabaco (8,69) e álcool e tabaco (5,25).
Apesar dos hábitos de vida aumentarem o risco, pacientes também podem desenvolver a osteonecrose idiopática, ou seja, sem uma causa identificada. Segundo o cirurgião ortopedista especialista em quadril, Dr. Lucas D’Amico, isso acontece em 30% dos diagnósticos de sua prática clínica.
“Alterações sanguíneas, fraturas do quadril, medicamentos como quimioterápicos e anti-retrovirais também podem levar à osteonecrose de quadril, mas ainda assim, há pacientes com a doença que não se encaixam em nenhuma dessas situações”, explica.
É o caso do advogado Elias Felipe Vera, de 31 anos de idade, um dos pacientes do Dr. Lucas, que começou a sentir dor no quadril durante a prática de exercícios físicos e precisou buscar auxílio médico.
“Após a realização de exames, como raio-x e ressonância, descobri a osteonecrose bilateral, tive a indicação de começar o preparo para a cirurgia que já realizei na perna direita, há cerca de 50 dias. Ainda estou em período de recuperação, mas já sinto melhora. Agora estou me preparando para fazer a cirurgia na perna esquerda e a minha expectativa é que seja tudo semelhante à primeira, com uma recuperação sem dor e retorno rápido às atividades cotidianas”, conta.
Além da dor, também são sintomas de osteonecrose a limitação do movimento da articulação afetada e dificuldade para caminhar. Em casos mais graves os pacientes relatam dor mesmo durante o repouso, além da incapacidade de ficar em pé. Sem o tratamento adequado o quadro tende a evoluir para artrose.
Ainda de acordo com o especialista, o tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos em casos iniciais. Quadros crônicos e avançados podem exigir a realização de cirurgia. “Entre as alternativas está a descompressão e estímulo da regeneração óssea e enxerto com células da medula. Em situações nas quais já ocorreu artrose, colapso ou deformidade na cabeça do fêmur, o tratamento pode exigir o implante de prótese”.
Para o diagnóstico é necessário analisar a história clínica do paciente, com exame físico associado a exames de imagem. A alteração afeta principalmente jovens adultos, entre os 20 e 50 anos de idade, sendo mais frequente entre os homens, a maioria dos pacientes apresenta a doença nos dois lados do quadril.
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