Ex-namorado preso é apontado como mandante de ataque com soda cáustica contra jovem

As investigações indicam que o homem queria se vingar da vítima e teria convencido a atual companheira a cometer o crime.

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    O ex-namorado de Isabelly Aparecida Ferreira Moro foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná como o mandante do ataque com soda cáustica que a jovem sofreu em maio deste ano.

    O homem, cuja identidade não foi divulgada, está preso preventivamente desde fevereiro por outro crime, que envolve roubo e uso de arma branca. As investigações apontam que ele queria se vingar de Isabelly após o término do relacionamento.

    A atual companheira do homem, Débora Custódio, foi quem atacou a vítima com soda cáustica no dia 22 de maio deste ano. Ela foi presa dois dias depois.

    Com a análise dos dados extraídos do aparelho celular de Débora, foi descoberto que o homem planejou todo o crime. Mesmo preso, ele apoiou os atos preparatórios e convenceu a companheira a atacar Isabelly.

    “Eles conversam sobre o disfarce, sobre a peruca, sobre a roupa, como ela iria se esconder depois que praticasse o crime. Ele exerce uma pressão nela para cometer o crime. Em alguns momentos, ela diz que não vai fazer, chega a recuar na prática do crime, mas ele determina que ela faça”, disse a delegada Caroline Fernandes, responsável pelo caso.

    As investigações indicam que Débora estudou a rotina de Isabelly para surpreendê-la de forma eficiente. Áudios armazenados em seu celular indicam a motivação do crime e demonstram o domínio que o ex-namorado tinha sobre os atos criminosos.

    Com essa nova informação, a Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apuração da conduta do homem. Ele foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado, considerando o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de meio cruel, feminicídio e motivo torpe.

    Os advogados de defesa de Débora Custódio afirmam que a cliente agiu “sob coação, executando o crime por medo e temor, sem outra alternativa”.

    Já o advogado Igor Ogar, que defende o acusado, disse que o cliente não cometeu a tentativa de homicídio e, por isso, “não pode responder por algo além do que praticou, pois não existe nada que prove dolo na sua conduta”.

    Motivação

    Para o Ministério Público, o homem nutria um “sentimento de posse” em relação à ex-namorada e planejou o crime por vingança. Por outro lado, Débora Custódio teria sido motivada por ciúmes e inveja da vítima. Em depoimento, ela disse que Isabelly a encarava “com deboche”.

    Estado de saúde da vítima

    Isabelly Aparecida Ferreira Moro passou 17 dias em estado grave no Hospital Universitário de Londrina e recebeu alta no dia 8 de junho deste ano.

    Segundo a Polícia Militar, a vítima teve queimaduras no rosto, no peito e na boca. De acordo com a polícia, ela provavelmente ingeriu parte da substância. Apesar de o produto ter atingido muitas partes do corpo de Isabelly, ela não teve sequelas visíveis.

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