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Um estudo recente revela que, todos os dias, pelo menos 26 meninas entre dez e 14 anos dão à luz no país. A maioria dessas jovens mães (75%) é negra e reside nas regiões Norte e Nordeste (60,6%). Infelizmente, essas meninas enfrentam maiores riscos de parto prematuro e têm bebês com baixo peso, aumentando as chances de mortalidade após o nascimento.
Os dados foram publicados na revista “Ciência & Saúde Coletiva” e destacam a preocupação no campo da saúde pública, pois a gravidez nessa faixa etária é mais arriscada tanto para as meninas quanto para seus filhos.
Entre 2011 e 2021, o Brasil registrou 107.876 nascimentos de bebês de meninas com menos de 14 anos, representando 0,4% do total de nascidos vivos no país. Além disso, 20% dessas jovens mães já eram casadas ou viviam em união estável, e 5% já haviam tido gestações anteriores.
É importante ressaltar que esse grupo etário enfrenta uma proporção significativamente maior de violência sexual, conforme indicado pelo Atlas da Violência 2024. Cerca de 49,6% das agressões sofridas por meninas nessa faixa etária têm caráter sexual.
Desde 2019, a relação sexual com menores de 14 anos é considerada estupro de vulnerável, independentemente da idade do parceiro ou do tipo de relacionamento. Antes disso, casamentos com menores de 16 anos podiam ser autorizados pelos responsáveis mediante ordem judicial especial, especialmente em casos de gravidez ou para evitar penalidades criminais relacionadas a estupro.
A pesquisa também revela que a maioria dessas meninas mães não recebeu o número adequado de consultas de pré-natal (7 ou mais), em comparação com as mães adultas. Além disso, cerca de um terço delas iniciou o pré-natal tardiamente, entre 20 e 27 semanas de gestação. Essas jovens também apresentam níveis educacionais mais baixos, com 6,3% tendo nenhum ou até três anos de estudo, em comparação com 3,4% das mães adultas com 20 anos ou mais.
As informações foram divulgadas pelo portal Banda B. Clique aqui para saber mais.