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Rondônia vem ganhando destaque no panorama agrícola do Brasil, com projeções otimistas para a safra de grãos de 2024, estimada em 4,1 milhões de toneladas.
A soja, carro-chefe da agricultura do estado, apresenta um crescimento expressivo, com uma área de cultivo de 635,5 mil hectares e uma produção estimada em 2,2 milhões de sacas, representando um aumento de 9% em comparação à safra anterior.
Após a colheita, a avaliação da qualidade e do valor de mercado dos grãos se torna primordial tanto para quem compra quanto para quem vende o produto. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja-RO) aposta em cursos de capacitação em classificação vegetal, para garantir a entrega de um produto de qualidade.
A classificação dos grãos é realizada por meio de análises detalhadas das amostras coletadas, com o objetivo de identificar as características que atendem aos padrões de qualidade exigidos pela indústria.
A especialista em classificação de grãos da Aprosoja-RO, Claudionice Alves Domiciano, enfatiza que os principais defeitos e impurezas que afetam a classificação incluem grãos partidos, esverdeados, fermentados, entre outros. Defeitos graves como grãos ardidos, mofados e queimados, além da umidade, são fatores decisivos na classificação.
Claudionice destaca a importância da umidade para a estabilidade e durabilidade dos grãos, pois níveis excessivos podem favorecer o desenvolvimento de fungos e insetos, comprometendo a qualidade. “O processo de classificação é fundamental, pois define o valor de mercado do produto. Desta forma, grãos de alta qualidade alcançam preços superiores no mercado”, explica.
De acordo com ela, para a colheita da soja, a umidade ideal é entre 12% e 13%, e para a comercialização, 14%. No caso de armazenamento, é essencial manter a umidade nos níveis recomendados para preservar a integridade dos grãos. Acima dos níveis recomendados (14%), há maior propensão a problemas, como a formação de blocos, aumento da atividade de insetos e risco de combustão espontânea. “Essas condições podem levar a perdas financeiras significativas para os produtores”, acrescenta ela.
A classificadora aponta que um dos maiores desafios para os compradores de grãos é encontrar mão de obra qualificada que possa realizar essa tarefa com precisão e de acordo com as normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além disso, a padronização dos processos é essencial para garantir a conformidade e a qualidade dos grãos.
O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, empresa detentora da marca Motomco de medidores de umidade de grãos, menciona que a legislação brasileira, através da Lei nº 9.972/2000, estabelece a obrigatoriedade da classificação de grãos para a comercialização e importação, reforçando a importância desse procedimento para a segurança alimentar e a transparência nas transações comerciais.
“O nível de qualidade dos grãos pode afetar o valor final do produto, por isso, cada vez mais, é importante monitorar, especialmente, a umidade do grão da lavoura até a industrialização”, disse, lembrando que o correto é realizar a classificação dos grãos e a devida limpeza da amostra para verificação do índice de umidade. Isso porque a umidade é o percentual de água encontrado na amostra do produto isento de matérias estranhas e impurezas (MEI).
“Tendo em vista que a produção fica exposta às adversidades climáticas na lavoura até o momento da colheita, é comum encontrarmos grãos com uma série de defeitos nas etapas pós-colheita. Por isso, é de fundamental importância que a classificação dos grãos seja realizada antes do procedimento de medição de umidade”, destacou Smolareck.
RONDÔNIA
A safra de grãos 2023/24 de Rondônia teve um aumento de 8,7% em relação à safra anterior. Este crescimento é atribuído à expansão de 7,7% da área plantada, alcançando pouco mais de um milhão de hectares, e a uma produtividade média estimada em quatro mil quilos por hectare, que é 0,9% superior à obtida na safra 2022/2023.
O levantamento divulgado no início desta semana na 14ª edição do Informativo Agropecuário, publicado pela equipe da Embrapa Rondônia, aponta que enquanto a produção no estado está prevista para aumentar, as estimativas nacionais indicam uma diminuição de 7,6% na produção de grãos, atingindo 295,5 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 24,36 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária de Rondônia em 2024, calculado pela equipe do Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologia da Embrapa Rondônia (SPAT), está estimado em 19,9 bilhões de reais, com destaque para bovinos, soja, café e milho.
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