Manifestantes contra projeto de terceirização das escolas invadem Assembleia Legislativa do PR

Um ponto que chamou atenção durante a manifestação foi a venda de produtos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao movimento LGBTQIA+.

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    Na manhã desta segunda-feira (3), uma manifestação de professores da rede estadual de ensino culminou em cenas de quebra-quebra e na invasão do prédio da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), no Centro Cívico de Curitiba.

    Além dos educadores, o ato contou com a presença de estudantes, movimentos sociais e lideranças políticas que se posicionam contra o projeto de lei estadual “Parceiro da Escola”.

    O projeto, que pretende ser implementado em 200 escolas de aproximadamente 110 municípios, tem como objetivo melhorar aspectos pedagógicos e reduzir a evasão escolar, que atinge cerca de 10% das instituições estaduais. Em Maringá, nove colégios estaduais aparecem na lista de terceirização do governo do Paraná.

    O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) avalia que o projeto vai privatizar os colégios e interferir na gestão pedagógica, o que é visto como uma forma de “vender a educação”.

    “Este programa é o fim da escola pública, talvez essa seja a  luta das últimas décadas mais importante para nós. Fazemos luta todo ano, defendemos uma escola pública de qualidade todo ano, mas nunca nos deparamos com um projeto que acaba com a escola pública. Se este programa for aprovado e implantado nas escolas, nós vamos, a cada dia, travar uma luta para manter uma escola aberta”, diz a presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazet.

    O Governo do Paraná nega a declaração, e informa que as mudanças só dizem respeito a parte administrativa e de infraestrutura. Segundo a proposta, os diretores, professores e funcionários atualmente empregados seriam mantidos, enquanto as vagas remanescentes seriam preenchidas por uma empresa parceira. A direção pedagógica permaneceria sob a responsabilidade dos diretores concursados, e os salários pagos pela empresa parceira seriam equivalentes aos pagos pelo estado.

    Durante a manifestação, os grevistas forçaram a entrada na sede do Poder Legislativo e quebraram uma porta de vidro para furar o bloqueio da segurança e invadir o espaço. Eles ocuparam as galerias e parte do plenário para impedir a votação do projeto Parceiro da Escola. A situação levou à intervenção da polícia.

    Após a invasão da Assembleia Legislativa do Paraná, a sessão foi suspensa pelo presidente Ademar Traiano (PSD). Confira o vídeo a seguir:

    Vídeo: TV Assembleia

    Apesar da greve dos professores, que foi temporariamente suspensa pelo Tribunal de Justiça até que o sindicato apresente um plano para garantir a manutenção das atividades essenciais, a Secretaria de Estado da Educação informou que 87% das escolas estaduais funcionaram normalmente durante o dia.

    Outro ponto que chamou a atenção durante a manifestação foi a venda de produtos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao movimento LGBTQIA+. Bonés, bandeiras do PT e bandeiras do movimento LGBTQIA+ foram comercializados no local.

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    A situação em Curitiba reflete a tensão crescente entre os educadores e o governo estadual, e o desfecho da votação do projeto “Parceiro da Escola” permanece incerto.

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