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Novos detalhes surgem no caso do administrador de imóveis encontrado morto em seu apartamento no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Luiz Marcelo Ormond, de 44 anos, que foi vítima de um suposto envenenamento pela namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, revelou a uma amiga os motivos que o levaram a considerar a união estável com a suspeita.
De acordo com a amiga, Luiz Marcelo explicou que a decisão de se unir a Júlia estava ligada à ausência de herdeiros diretos.
“Mas eu também tenho que ter uma companhia, né? Se eu morrer amanhã, minhas coisas ficam todas para o Estado. Não tenho ninguém para deixar as minhas coisas”, disse Luiz Marcelo.
A declaração indica que a preocupação principal do administrador era garantir que seus bens não fossem para o Estado, caso algo acontecesse com ele.
O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado no dia 20 de maio deste ano, já em estado avançado de decomposição. As investigações apontam que ele pode ter sido assassinado com um brigadeirão envenenado, preparado por Júlia.
Antes do crime, Luiz Marcelo havia confidenciado à amiga que queria proceder com calma em relação à união estável, mas estava sendo pressionado por Júlia para oficializar rapidamente a relação.
“Não é nada para ontem não. Ela que está na maior pressão. Já foi lá no cartório na segunda-feira para ver negócio de casamento. Mas eu tô segurando. Eu não vou fazer nada pra ontem não. Até porque, tem que gastar grana pra fazer isso, entendeu?”, disse ele.
O delegado Marcos Buss, que está à frente das investigações, destacou a frieza de Júlia durante o período em que permaneceu no apartamento com o corpo de Luiz Marcelo.
“Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, relatou Buss.
A motivação do crime, segundo o delegado, foi econômica. Júlia não aceitou que Luiz Marcelo havia desistido de formalizar a união estável com ela.
“A motivação é econômica. Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união”, comentou Buss.
A análise do delegado reforça a hipótese de homicídio premeditado em vez de um simples latrocínio.
“Isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio, puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada”, concluiu Buss.
Júlia Cathermol permanece foragida da Justiça, enquanto as autoridades continuam a busca por mais evidências que esclareçam todos os detalhes do caso.
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