‘Gambiarra’ e inauguração sem alvará são apontadas pela polícia na queda de laje de supermercado que matou três funcionárias

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    Foto: Prefeitura de Pontal do Paraná

    O trágico desabamento do teto de um supermercado em Pontal do Paraná, que resultou na morte de três pessoas e 12 pessoas feridos, foi causado por falhas graves na construção, segundo peritos da Polícia Científica do Paraná (PCP), nesta quarta-feira (8), em coletiva de imprensa realizada em Curitiba, os especialistas detalharam os problemas encontrados.

    O perito Luis Noboru Marukawa, ao discutir o laudo de mais de 200 páginas, destacou:

    “Verificamos também a presença lá, pra nossa surpresa, de uma ‘gambiarra’, que era uma madeira colocada calçando a viga com um pilar, aquilo é inadmissível”, disse.

    Marukawa também apontou que a espessura da cobertura da laje estava abaixo do necessário, contribuindo para o colapso:

    “O projeto previa uma cobertura de 10 centímetros, mas encontramos que ela variava entre 6 a 8 centímetros. Isso, combinado com a falta de armadura sobre a viga, fragilizou a laje, que não suportou o peso das caixas d’água.”

    A investigação levou ao indiciamento dos proprietários da construtora, do supermercado e da empresa que executou a obra. Eles serão responsabilizados por três homicídios culposos e 12 feridos.

    O delegado Jader Roberto comentou sobre as consequências das lesões e a imprudência dos envolvidos:

    “Eu afirmo aqui que o supermercado inaugurou sem alvará de licença da prefeitura […] A Polícia Civil entende que o dono do supermercado, assim como o responsável por administrar a obra, foram imprudentes em inaugurar um empreendimento sem a documentação necessária”, falou.

    A falta de resposta da prefeitura de Pontal do Paraná sobre o alvará de funcionamento e a movimentação do protocolo de solicitação no dia do acidente também foram mencionadas pelo delegado como pontos de estranheza no caso.

    Em comunicado, a Super Rede declarou que o laudo pericial do Instituto de Criminalística do Paraná, aponta que o fato ocorreu unicamente devido a questões construtivas, sem relação com ações ou inações dos gestores ou funcionários da empresa.

    Confira

    “O laudo pericial apresentado pelo Instituto de Criminalística do Paraná atesta que os fatos se deram em razão exclusiva da construção da obra e não por qualquer ato ou omissão por parte da empresa através de seus dirigentes ou colaboradores”, diz a nota.

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