Maio Amarelo enfatiza ações de conscientização para redução de acidentes de trânsito

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de países com mais mortes em decorrência de acidentes de trânsito.

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    Cerca de 33 mil pessoas morrem por ano no trânsito brasileiro, a maioria entre 18 e 24 anos. O número coloca o Brasil no incômodo terceiro lugar no ranking de países com mais mortes em decorrência de acidentes de trânsito, atrás da China e Índia, com populações muito maiores.

    Dado como este reforça a importância de discussões estratégicas sobre o tema, que ganha eco mundial com o Maio Amarelo, movimento internacional de conscientização para redução de acidentes.

    No Brasil, em sua 11ª edição, a campanha criada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) tem como objetivo sensibilizar a sociedade para a importância da adoção de comportamentos mais seguros no trânsito. O tema deste ano é “Paz no trânsito começa por você”.

    A iniciativa começou em 11 de maio de 2011, quando a ONU decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. Com isso, o mês de maio se tornou referência para balanço das ações que o mundo inteiro realiza. O amarelo simboliza atenção e também a sinalização e advertência no trânsito.

    Paraná

    No Paraná, a campanha foi oficialmente instituída por proposição do deputado Hussein Bakri (PSD), com a Lei Estadual nº 18.624, de 20 de novembro de 2015. Desde então, órgãos públicos e instituições da sociedade civil organizada promovem anualmente, ao longo do mês de maio, inúmeras atividades de conscientização por um trânsito mais seguro em todo o estado.

    Segundo o deputado, o Maio Amarelo é uma iniciativa crucial que busca reduzir os índices de acidentes de trânsito, promovendo uma cultura de respeito, responsabilidade e gentileza nas estradas e vias urbanas.

    “No Paraná, estamos unindo esforços de diversas instituições, organizações e cidadãos para tornar nossas ruas mais seguras para todos. Nosso objetivo é não apenas conscientizar, mas também promover mudanças reais de atitude que possam salvar vidas. Cada vida perdida em um acidente de trânsito é uma tragédia evitável, e estamos empenhados em trabalhar incansavelmente para prevenir essas perdas”, reforçou o parlamentar

    O lançamento oficial da campanha na Assembleia Legislativa será no próximo dia 6 de maio, durante o Grande Expediente, às 14h30. “Convidamos a todos os paranaenses a se juntarem a nós nesse importante movimento pelo trânsito seguro. Juntos, podemos fazer a diferença e construir um futuro onde cada viagem seja uma jornada segura e tranquila para todos”, acrescentou Bakri.

    Como reforço nas ações de conscientização, a Assembleia ficará iluminada de amarelo entre dos dias 2 a 14 deste mês.

    Seminário

    Também no dia 6, começa em Foz do Iguaçu o 4º Seminário de Mobilidade Humana Segura e Sustentável, juntamente com a Abertura Internacional do Maio Amarelo de 2024. O evento tem o intuito de reunir especialistas, autoridades, organizações e público em geral para aprofundar discussões e iniciativas em torno da segurança viária e da mobilidade urbana sustentável.

    O encontro é organizado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), em parceria com o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR). Ao longo de dois dias, centenas de pessoas vão compartilhar práticas, experiências e estratégias voltadas para a redução de sinistros e mortes no trânsito.

    Vários países confirmaram participação no seminário, incluindo representantes da Espanha, Paraguai, Argentina, Uruguai, Portugal e Bolívia.

    Estatísticas

    Em agosto de 2023, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgou o Balanço da 1ª década de ação pela segurança no trânsito no Brasil e perspectivas para a 2ª década revelando o crescimento de 13,5% no número absoluto de mortes por acidentes de trânsito, entre 2010 e 2019. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes aumentou 2,3%. Foram mais de 390 mil óbitos em ocorrências envolvendo transportes terrestres.

    Os acidentes com motocicletas foram os que mais pesaram para o crescimento da mortalidade e dobraram em relação à década anterior. Eles representaram 30% dos casos fatais registrados. Por outro lado, os índices de atropelamentos, acidentes envolvendo carros, ônibus, caminhões e bicicletas se mantiveram estáveis ou caíram. 

    Ainda segundo o Ipea, dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pela fiscalização e controle do trânsito em rodovias federais em todo o país, mostram que a principal causa dos sinistros nessas estradas é a falta de atenção ou reação dos motoristas, motociclistas e pedestres (36% das ocorrências).

    Questões comportamentais estão associadas à boa parte dos acidentes, como a desobediência das regras de trânsito (14,4%), excesso de velocidade (10%) e uso de álcool (5%). O principal tipo de ocorrência é a colisão frontal, responsável por quase 40% das mortes no trânsito.

    De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019 o país registrou 32.667 mortes em acidentes em vias e rodovias, número que subiu ligeiramente para 32.716 em 2020 e continuou a aumentar para 33.813 em 2021. Ou seja: um aumento de 3,5% em três anos.

    Em 2022, houve um declínio tímido no número de óbitos, chegando a 31.174 registros. Apesar da aparente melhora, o Brasil, com 203 milhões de habitantes, está atrás apenas da Índia (1,428 bilhão de habitantes) e a China (1.425 bilhão de habitantes) com mais mortes em decorrência de acidentes de trânsito, segundo o relatório Status Report on Road Safety, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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