Mais um frigorífico do Paraná é habilitado para exportar frango halal para a Malásia

Em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de carne de frango halal. Deste total, o Paraná foi responsável por 5,2 mil toneladas.

  • Tempo estimado de leitura: 4 minutos

    A unidade frigorífica da BRF em Dois Vizinhos (cerca de 420 km de Maringá), no Sudoeste do Paraná, foi habilitada pela Malásia para exportação de carne de frango halal ao país do Sudeste asiático.

    A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e o Departamento de Desenvolvimento Islâmico (Jakim) da Malásia, e envolve outras três plantas brasileiras. A informação foi divulgada pela Agência Estadual de Notícias.

    O anúncio ocorreu após missão e auditoria realizadas por funcionários daquele país ao Brasil, em outubro e novembro do ano passado. Além do Paraná, foram habilitadas duas unidades da BRF de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais e uma da Vibra Agroindustrial, do Rio Grande do Sul.

    Atualmente, três unidades frigoríficas já exportam para aquele país: a Jaguafrangos, de Jaguapitã, no Paraná, e outras duas da BRF, em Mato Grosso e Minas Gerais.

    O crescimento reflete o reconhecimento e a confiança na qualidade da carne de frango halal produzida no Brasil. A Malásia é conhecida por suas rigorosas normas de qualidade e segurança alimentar, especialmente para produtos halal, que devem atender a criteriosas práticas de preparação, conforme a Lei Islâmica.

    Como funciona a produção?

    De acordo com o Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior), palavra Halal ( حلال ) no idioma árabe significa permitido, autorizado, lícito, legal, dentro da lei, ou seja, está de acordo com as regras estabelecidas pela Lei Islâmica (Shariah) que rege os costumes e à vida diária dos muçulmanos.

    Para que uma comida seja considerada Halal é necessário que siga determinadas regras de fabricação. No caso de carnes, o abate deve ser feito por um muçulmano que deve degolar o animal voltado para Meca, cortando jugular, traqueia e esôfago. A faca utilizada precisa estar bem afiada para que a morte seja instantânea, evitando o sofrimento e que saia a maior quantidade de sangue possível.

    Antes do abate de cada animal, o degolador pede autorização a Deus, em árabe, como forma de mostrar obediência e agradecimento pela comida e reafirmar que não está matando o animal por crueldade ou sadismo.

    É importante ressaltar que a carne suína é totalmente proibida, uma vez que os porcos são considerados “impuros” na Lei Islâmica, por estarem ligados a ambientes de sujeira. 

    Exportações

    No último ano, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de carne de frango halal, somando cerca de US$ 20 milhões. O Paraná foi responsável por exportar 5,2 mil toneladas desse total, com a entrada de US$ 6,1 milhões no Estado.

    Com as novas plantas habilitadas, espera-se que esse volume possa dobrar, fortalecendo a posição do Brasil como um dos principais fornecedores de carne halal no mercado internacional.

    Comentários estão fechados.