Temperatura bate recorde em outubro e 2023 caminha para ser o ano mais quente em 125 mil anos de história

De acordo com o C3S, a temperatura média global em outubro foi de 15,38°C, cerca de 1,7°C acima da média pré-industrial (1850-1900).

  • O ano de 2023 está a caminho de se tornar o mais quente já registrado em 125 mil anos, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Serviço de Mudanças Climáticas (C3S) da União Europeia. O mês de outubro foi o mais quente para o período em todo o planeta, superando o recorde anterior de 2019 por uma grande margem.

    De acordo com o C3S, a temperatura média global em outubro foi de 15,38°C, cerca de 1,7°C acima da média pré-industrial (1850-1900). O recorde foi quebrado por 0,4°C, o que é considerado uma diferença muito significativa pelos cientistas.

    O aquecimento é resultado da combinação das emissões de gases de efeito estufa causadas pela atividade humana e do fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico Oriental. Desde janeiro, 2023 teve cinco meses consecutivos que foram os mais quentes para o período, sendo que julho foi o mês mais quente de toda a história.

    A temperatura média do planeta nos primeiros dez meses do ano foi de 1,43°C acima da média no período 1850-1900, segundo o observatório climático europeu. Os dados do C3S se baseiam em registros que remontam a 1940, mas quando combinados com os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que incluem fontes como núcleos de gelo, anéis de árvores e depósitos de corais, permitem afirmar que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos.

    A mudança climática está provocando eventos extremos cada vez mais destrutivos, como inundações, incêndios florestais, tempestades e ondas de calor. Os cientistas alertam que é preciso reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa na próxima década para evitar que esses cenários se tornem o novo normal.

    Os dados do C3S reforçam a urgência de ações concretas para combater as mudanças climáticas antes da COP28, conferência da ONU sobre o tema que ocorrerá em Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro. Apesar de os países terem metas ambiciosas para diminuir as emissões, isso ainda não se refletiu na prática. As emissões globais de CO2 atingiram um recorde em 2022.

    Foto ilustrativa: Canva

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