Alckmin se reúne com a Fiep e ouve demandas da indústria paranaense

A comitiva também se colocou à disposição para ser parceira de ações do ministério para o desenvolvimento do setor. A reunião foi realizada na sede do ministério.

  • Foto: Gelson Bampi

    O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Vasconcelos, e outros diretores da entidade se reuniram nesta terça-feira (31), em Brasília, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A Fiep apresentou a Alckmin algumas demandas da indústria paranaense, entre elas um pedido por medidas de auxílio às empresas de municípios atingidos pelas enchentes no Estado. A comitiva também se colocou à disposição para ser parceira de ações do ministério para o desenvolvimento do setor. A reunião foi realizada na sede do ministério.

    “Viemos ampliar o relacionamento, principalmente para buscar que o ministério vá mais para o Estado para entender as características da indústria do Paraná”, disse Vasconcelos. “Acredito que o ministro foi bem receptivo e, nos próximos meses, teremos resultados positivos dessa reunião”, acrescentou.

    Outro objetivo do encontro foi sensibilizar o ministério em relação a uma maior atenção às micro, pequenas e médias indústrias, principalmente no contexto de desenvolvimento sustentável. “A neoindustrialização tem uma necessidade de olhar a sustentabilidade de forma ampla e generalizada, porém, tem uma linha de corte de indústrias que não conseguem ter acesso e, mais do que isso, estão em momento de subsistência”, explicou.

    Também foi solicitado um olhar especial do ministério sobre a questão energética. “Há de ter um entendimento do custo da energia e de opções que a gente possa ter para o pequeno e médio industrial, porque o grande já tem condições de fazer essa autoavaliação e geração própria”, afirmou o presidente da Fiep. “A energia é um insumo caro e, a partir do momento em que a indústria tem a sua própria geração, essa despesa vira um diferencial competitivo”, completou.

    Medidas emergenciais

    Uma das principais solicitações feitas pelos diretores da Fiep a Alckmin foi que o governo federal estenda ao Paraná medidas de auxílio ao setor produtivo de municípios afetados pelas enchentes que atingem o Estado. “Tivemos esse estado de calamidade em alguns municípios do Estado devido ao excesso de chuvas e viemos trazer um pedido para que houvesse uma avaliação criteriosa sobre as questões tributárias, postergações de impostos e outros assuntos ligados a esse tema”, comentou Vasconcelos.

    Segundo Alckmin, uma equipe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil estará no Paraná nesta quarta-feira para analisar as condições das áreas afetadas. Além disso, disse que, para os municípios paranaenses que já declararam estado de calamidade, há a postergação automática dos impostos federais.

    Setores industriais

    A Fiep também levou ao ministério algumas demandas relativas a setores específicos da indústria do Paraná. Entre elas, a crise na cadeia produtiva do leite. “O setor leiteiro está sendo muito atingido principalmente pelas importações de leite do Uruguai, devido às alíquotas do Mercosul, e isso prejudica muito a cadeia de valor do nosso Estado, porque temos valor agregado na cadeia do leite”, pontuou Vasconcelos. O ministro comentou que o governo está trabalhando em diversos decretos que para alterar questões tributárias dessas importações e criar melhores condições especialmente para os pequenos produtores de leite e indústrias de laticínios.

    Outro setor que vem enfrentando dificuldades por causa de importações é o de confecção. A diretoria da Fiep falou com Alckmin sobre os impactos que a entrada em larga escala de compras de peças de vestuário feitas em marketplaces estrangeiros tem causado no setor no Brasil. 

    Atualmente, compras de até US$ 50 estão isentas do pagamento de tributos de importação, o que reduz a competitividade dos produtos nacionais, afeta as vendas no varejo brasileiro e, consequentemente, as indústrias, que possuem custos de produção mais altos do que os concorrentes de outros países. Segundo Alckmin, o ministério já teve várias reuniões sobre esse assunto e está buscando soluções para o problema.

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