Foto: Jonathan Campos/AEN
O governador Ratinho Junior (PSD) afirmou nesta sexta-feira (27) que sabe quem é o marroquino Mehdi Mouazen, diretor de Inteligência da Controladoria Geral do Estado (CGE), mas não revelou quem o indicou para o cargo.
Mouazen está sob questionamento do deputado estadual Requião Filho (PT), que enviou um pedido de esclarecimento ao Ministério da Justiça e ao governo estadual sobre a criação da diretoria de Inteligência da CGE e a nomeação do marroquino para chefiá-la.
Requião Filho quer saber, entre outras coisas, quais foram os critérios para a contratação do diretor e quais são as suas atribuições específicas.
A polêmica surgiu após a divulgação de que o governo do Paraná contratou uma empresa que fornece um sistema de interceptações telefônicas.
“Olha, isso você tem que perguntar pra nossa secretária, controladora geral do estado, a Luciana. Têm mais de 120 profissionais que trabalham ali e são pessoas que obviamente têm qualidade técnica para responder para cada cargo. Mais importante, o Paraná tem hoje o selo diamante. Único estado do Brasil em transparência pública, justo com o trabalho da própria Controladoria Geral do Estado, e a ideia é que a gente continue cada vez mais fortalecendo o histórico de fiscalização,” disse o governador do Paraná.A declaração de Ratinho Junior sobre o diretor de inteligência foi dada durante o lançamento da obra da ponte de Guaratuba.
Nesta sexta, a RPC perguntou ao governador se ele conhecia o diretor de inteligência, e ele respondeu que sim. Em seguida, foi questionado sobre como conheceu Mouazen, mas não respondeu.
Na quinta-feira (26), a RPC tentou entrevistar a controladora Luciana Carla da Silva, ou um representante da CGE, mas não obteve resposta. A RPC também tentou falar com Mouazen, mas também não conseguiu.Em nota, logo após a fala do governador, o governo do estado informou que Ratinho Junior determinou a abertura de duas investigações: uma sobre Mouazen e outra sobre Alex Sandro Pacheco, servidor que atua na mesma diretoria e que é suspeito de acessar irregularmente sistemas internos da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Segundo o governo, a primeira investigação será “no âmbito da Controladoria Geral do Estado, visando analisar a conduta dos servidores públicos. E outra junto à Secretaria de Estado da Segurança Pública, com o objetivo de esclarecer os fatos.”
“O Governo do Estado esclarece que o Paraná utiliza ferramenta de inteligência policial somente com autorização judicial. E esse trabalho é feito exclusivamente pelas forças de segurança do Estado, mediante autorização do Poder Judiciário. Os secretários responsáveis pela CGE e pela Sesp estão orientados a atuar sob o rigor da lei.” Ratinho também comentou sobre prédio onde diretor trabalha A Controladoria Geral do Estado tem sua sede no Centro Cívico de Curitiba. Porém, a RPC apurou que Mehdi Mouazen também trabalha em outro prédio, no Centro da capital, sem identificação oficial.
O prédio foi alugado pelo governo do Paraná por R$ 1,7 milhão para o período de junho de 2023 a março de 2024.
Sobre esse assunto, Ratinho Junior não explicou qual é a finalidade do prédio, mas disse que o estado tem mais de sete mil imóveis contratados.
“Eu sei que têm vários órgãos do estado. São 7 mil imóveis no Paraná, próprios. Imóveis que são contratados, alugados. Nós estamos contratando porque vai sair uma reforma inclusive no Palácio Araucária, vários órgãos serão remanejados”. Governador não respondeu quem fiscaliza a inteligência da CGE Ao ser questionado pela RPC sobre quem fiscaliza as atividades da Diretoria de Inteligência da CGE, Ratinho Junior voltou a dizer que a pergunta deve ser feita à secretária responsável pela pasta.
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