Foto: Ilustrativa
Segundo o IBGE, o filé-mignon foi a carne que mais barateou em 2023, com uma queda de 16,95% no preço. O dado faz parte da inflação oficial do país, divulgada nessa terça-feira (12).
As carnes em geral ficaram 9,65% mais baratas nos primeiros oito meses do ano, e 1,9% em agosto.
Depois do filé-mignon, os cortes que mais caíram de preço no ano foram a alcatra (-13,46%) e o contrafilé (-11,77%). Nenhum corte de carne teve aumento de preço no ano.
O filé-mignon também foi um dos alimentos que mais baixaram de preço no IPCA. Ele ficou em sexto lugar, atrás da cebola (-43,71%), da laranja (-36,14%), do óleo de soja (-28,86%), do abacate (-25,79%) e da batata inglesa (-19,33%).
O segmento de aves e ovos teve uma queda menor, de 6,30%. O frango em pedaços ficou 11,69% mais barato no ano, e o frango inteiro 9,79%. Por outro lado, os ovos subiram 12,94% no ano.
Pescados tiveram alta de 3,12% em 2023. A tainha foi o peixe que mais encareceu (11,68%), seguido pelo caranguejo (7,28%), e pela tilápia (6,99%). Mas também houve peixes que ficaram mais baratos. O peroá caiu 14,58%, e o serra 6,43%.
O grupo dos alimentos e bebidas teve queda de preço pelo terceiro mês seguido. Em agosto, a queda foi de 0,85%. No ano, a queda média nos preços é de 0,31%. Carnes é o subgrupo com a terceira maior queda no ano (9,65%), só perdendo para óleos e gorduras (-17,35%) e tubérculos, raízes e legumes (-15%).
A inflação geral do país ficou em 0,23% em agosto. Em 2023, a inflação acumula alta de 3,23%. Nos últimos 12 meses, está em 4,61%.
A safra recorde de grãos como soja e milho ajudou a baixar os preços. Os grãos são usados na ração de frangos e porcos. Já os bois se alimentam principalmente de pasto, que também está em boa condição por causa das chuvas regulares.
O filé-mignon não é muito exportado. Os países da Ásia preferem carnes mais gordas. Por isso, a demanda externa segura mais os preços das carnes de segunda.
A tendência é que os preços continuem caindo em 2023. Mas eles ainda não compensaram o período de inflação de alimentos que começou em 2020. “A projeção é que este ano haja deflação nos alimentos no domicílio, após três anos de altas seguidas”, diz a GO Associados.
Para 2024, as perspectivas ainda são incertas. O fenômeno climático El Niño pode afetar a agricultura, gerando novas pressões inflacionárias. Mas esse impacto ainda é incerto. “Às vezes o El Niño vem forte, e não tem repercussão na agricultura, e às vezes é o contrário”, diz André Braz, da FGV.
O mercado prevê uma inflação de cerca de 5% no final do ano. A alta do IPCA passou a ser projetada em 4,93% em 2023 e em 3,89% em 2024, segundo boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira (11). A inflação deve subir pouco até o fim do ano, mantendo a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros.
“A gente sabe que essas proteínas absorvem parte importante do orçamento familiar, e isso melhora a condição de vida das famílias, principalmente as de baixa renda”, diz André Braz, da FGV.
“Temos observado quedas ao longo dos últimos meses em alguns itens importantes no consumo das famílias como, por exemplo, a carne bovina e o frango, que está relacionado à questão de oferta.
A disponibilidade de carne no mercado interno está mais alta, o que tem contribuído para a queda nos últimos meses”, diz André Almeida, gerente IPCA/INPC do IBGE.
Confira a tabela com a variação do preço no ano:
Carne | Variação do preço no ano (em %) |
Filé-mignon | -16,95 |
Alcatra | -13,46 |
Contrafilé | -11,77 |
Pá (paleta bovina) | -10,50 |
Fígadoq | -10,15 |
Costela | -9,95 |
Capa de filé | -9,70 |
Acém | -9,49 |
Picanha | -9,14 |
Patinho | -8,82 |
Peito | -8,73 |
Chã de dentro | -8,54 |
Lagarto comum | -8,38 |
Lagarto redondo | -8,31 |
Músculo | -7,41 |
Carne de porco | -4,65 |
Cupim | -4,13 |
Carne de carneiro | -0,40 |
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