Dívida do partido com a empresa que fez o material audiovisual é de R$ 2,6 milhões. Empresa aguarda depósito de recursos do fundo partidário para pedir um novo bloqueio.
Por Redação
Uma produtora audiovisual de São Paulo que fez os vídeos da pré-campanha de Sergio Moro à Presidência da República, em 2022, pediu na Justiça o bloqueio das contas do Podemos para receber pelo serviço. A dívida, de acordo com a Justiça de São Paulo, é de R$ 2,6 milhões. No entanto, após conseguir a decisão favorável no dia 25 de julho, a empresa encontrou apenas R$ 6.300 nas contas do partido.
A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal “O Globo“. No processo, a produtora cobra pelo material produzido para lançar Moro em cenário nacional, no início do ano passado. Meses depois, o ex-juiz da Lava Jato deixou o Podemos e migrou ao União Brasil, onde foi eleito senador pelo Paraná.
A empresa audiovisual alega que não recebeu mais pelos serviços depois que Moro deixou a legenda. A defesa da produtora conseguiu uma primeira decisão da Justiça para o bloqueio de contas em agosto de 2022, mas o Podemos recorreu, alegando que o fundo partidário é “verba impenhorável”.
A defesa do partido alegou na Justiça que o contrato previa a elaboração um conjunto de propagandas para o “órgãos estaduais” e outra para o “órgão nacional”, mas a produtora só teria feito metade do trabalho. Por isso, não poderia pagar o valor total sob pena de ser até responsabilizado por mau uso dos recursos. A empresa, no entanto, afirma ter feito todo o serviço acordado.
Desde janeiro, o Podemos já recebeu mais de R$ 15 milhões em repasses do fundo partidário, conforme dados da Justiça Eleitoral. A defesa do partido, no entanto, diz que o dinheiro já foi usado para o pagamento de fornecedores. A produtora aguarda o novo repasse do fundo ser concretizado para pedir um novo bloqueio das contas da legenda.
Foto: Arquivo/Agência Brasil
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