Tarifa zero no transporte público de Maringá custaria R$ 80 milhões por ano, afirma Ulisses Maia

A projeção é da Prefeitura de Maringá, conforme afirmou o prefeito em entrevista à Jovem Pan Maringá nesta quarta-feira (19).

  • A projeção é da Prefeitura de Maringá, conforme afirmou o prefeito em entrevista à Jovem Pan Maringá nesta quarta-feira (19). De acordo com ele, “a tendência é continuar reduzindo o valor da tarifa” na cidade.

    Por Victor Ramalho

    Maringá está observando cidades do Brasil que conseguiram implementar a gratuidade total do transporte coletivo. É o que garante o prefeito Ulisses Maia (PSD), que concedeu entrevista ao RCC News 7h, noticioso da Jovem Pan Maringá, nesta quarta-feira (19).

    Enquanto fala sobre mobilidade urbana e comentava sobre o convênio firmado com a Itaipu Binacional para a construção de uma nova ciclovia, o chefe do Executivo foi perguntado sobre a possibilidade da cidade implementar um sistema semelhante ao adotado em Cianorte. Na cidade da região, o transporte público é 100% gratuito desde 1º de janeiro de 2023, com a tarifa sendo custeada integralmente pelo poder público.

    De acordo com Ulisses, Maringá tem observado o sistema em vários municípios. Para além de Cianorte, o prefeito também citou Paranaguá e afirmou que a tarifa zero é uma tendência nas grandes cidades. Ele reforça, no entanto, que adotar a gratuidade total em Maringá custaria algo em torno de R$ 80 milhões por ano.

    “A realidade é financeira. Cianorte e Paranaguá são algumas cidades (que testam esse modelo). Eu, inclusive, estive em Paranaguá recentemente. A questão é: Maringá nunca havia aplicado subsídio no transporte coletivo, então quem pagava as gratuidades, que são importantes, mas são muitas, era o próprio usuário do transporte coletivo, estava incluso na tarifa, por isso o transporte era caro. Para abaixar esse preço, só existe um caminho, que é o subsídio público, que pode ser na esfera municipal, estadual ou federal. Aqui em Maringá, nós aplicamos recursos da Prefeitura, é um valor considerável, então precisamos fazer uma conta: se quisermos zerar a passagem, precisaremos colocar mais R$ 4,8 milhões por mês, o que em um ano daria mais R$ 60 milhões, além do que já pagamos, ou seja, para zerar a tarifa teríamos que colocar algo em torno de R$ 80 milhões por ano. É uma possibilidade que está sendo discutida nas grandes cidades do Brasil e em alguns países já é uma realidade”, afirmou.

    Ulisses não afirmou na entrevista se Maringá pretende, ou não, adotar a tarifa zero no futuro, mas disse que a cidade ‘está no caminho certo’. “Maringá está no caminho certo, por isso que trabalhamos para reduzir e a tendência é continuar reduzindo (o valor da tarifa), e isso fica bom para todos: as pessoas pagam mais barato na passagem, os empresários também ganham, aqueles que pagam vale-transporte e a cidade de um modo geral, com um trânsito mais fluído”, disse.

    Maringá já pagou R$ 21 milhões em subsídios para o transporte coletivo em 2023

    Em junho, o Maringá Post mostrou que a Cidade Canção já desembolsou R$ 21 milhões para os pagamentos do subsídio destinado a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), empresa que faz a gestão das linhas de ônibus na cidade, em 2023. Os dados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) e são relativos ao período de janeiro a maio.

    Na média, é como se o município tivesse desembolsado pouco mais de R$ 4 milhões por mês para os pagamentos, que são relativos aos passes do estudante, gratuidades para públicos prioritários e parte do valor da tarifa ao usuário final.

    O valor do subsídio mensal é variável e pago de acordo com a quantidade de usuários que utilizam o sistema. Em maio, por exemplo, o valor total investido foi de R$ 3,5 milhões. Somente em gratuidades, o município pagou as passagens de 343 mil usuários no último mês, conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana.

    Foto: Arquivo/PMM

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