Foto: Ilustrativa
De acordo com os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), somente em 2022 foram avaliadas 639.515 crianças menores de dez anos e 326.912 adolescentes, correspondendo a 42,6% e 17,0% da população paranaense nessas faixas etárias, respectivamente. O excesso de peso foi identificado em 37,6% dos adolescentes e 23,7% das crianças.
“É importante que os bons hábitos alimentares sejam iniciados desde cedo com os pequenos. Uma alimentação saudável pode fazer toda a diferença no crescimento e desenvolvimento da criança”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “No período de férias escolares a tendência é descontrair mais e sair um pouco da rotina, mas pais e responsáveis devem ficar atentos”.
Para a nutricionista Cristina Klobukoski, da Divisão de Promoção da Alimentação Saudável e Atividade Física da Sesa, a obesidade em crianças e adolescentes é resultado de uma série complexa de fatores genéticos, individuais e comportamentais. “O contexto familiar, escolar, comunitário, social e políticos interferem nessa realidade. As escolhas alimentares não saudáveis não são isoladas”, ressaltou.
“Outros fatores como a ausência ou curta duração do aleitamento materno, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, a inatividade física, bem como o sono inadequado fazem parte dessa lista”, acrescentou.
DEMAIS AÇÕES – Além do monitoramento realizado nos atendimentos das Unidades Básicas, o Estado também promove a formação de tutores da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) que visa capacitar os profissionais da Atenção Primária à Saúde para a correta orientação quanto ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável. Desde 2021, já foram indicados 322 profissionais para a formação de tutor e, destes, 162 já a concluíram e estão aptos a implementar a EAAB nos municípios paranaenses.
As equipes da Sesa também trabalham na implementação junto aos municípios do Programa Saúde na Escola (PSE). O programa, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação visa, dentre outras ações, incentivar a alimentação adequada e saudável e a prática de atividades físicas para alunos da educação básica. Em 2022, foram desenvolvidas 8.862 atividades coletivas de promoção da alimentação saudável e 1.923 atividades coletivas de promoção da atividade física nas escolas pactuadas no PSE.
O trabalho entre as secretarias resultou ainda em webinários destinados à educação permanente dos professores da Rede Estadual de Ensino, de forma a possibilitar a inclusão de temas relacionados à saúde nas aulas ministradas por esses professores aos adolescentes matriculados na rede pública. Dentre os temas que já abordados estão a “Promoção de Práticas Corporais e Atividade Física no Ambiente Escolar” e “Promoção da Alimentação Adequada e Saudável”.
OBESIDADE INFANTIL – A obesidade infantil está associada a uma maior chance de morte prematura, trazendo prejuízos já na infância e adolescência com dificuldades respiratórias, aumento do risco de fraturas, hipertensão arterial sistêmica, marcadores precoces de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, câncer e efeitos psicológicos como baixa autoestima, isolamento social e transtornos alimentares.
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