Etarismo no mercado de trabalho: o que é, quais os desafios e como combater

No mercado de trabalho, o etarismo é o tipo de preconceito que afeta, principalmente, pessoas mais velhas.

  • O etarismo é um tipo de discriminação direcionado a pessoas com base na idade. Apesar de ser um problema que pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade, esse é um preconceito que é mais comumente direcionado a pessoas mais velhas.

    De acordo com um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada duas pessoas no mundo já apresentou ações discriminatórias contra idosos, o que prejudica a saúde física e mental dessa faixa etária.

    Esse é um problema que tem se tornado cada vez mais presente no mercado de trabalho, já que a população do Brasil está envelhecendo e, muitas vezes, essas pessoas seguem trabalhando.

    Um dos principais desafios do etarismo é a crença de que as pessoas se tornam menos capazes e menos produtivas a medida em que vão envelhecendo – como se a idade estivesse diretamente relacionada à competência do ser humano.

    Esse ponto de vista pode levar a preconceitos na hora de contratar ou promover funcionários – fazendo com que pessoas mais velhas sejam desconsideradas, por mais qualificadas que sejam.

    Da mesma forma, colaboradores podem ser demitidos por serem considerados “velhos demais” para exercer determinada função. De acordo com uma pesquisa realizada pela Vagas.comColettivo e Talento Sênior, um em cada quatro profissionais já foi demitido por conta da idade – o que, inclusive, é ilegal.

    Além dos obstáculos estruturais, o etarismo também pode causar problemas nas relações interpessoais. Quando existe esse preconceito pela idade, os funcionários mais velhos podem ser desrespeitados ou excluídos por colegas e supervisores, o que causa, ainda, efeitos negativos para a saúde mental.

    Além disso, existe uma dificuldade por parte da população mais madura de se integrar às novidades tecnológicas, que são utilizadas na maioria dos cargos atualmente.

    BENEFÍCIOS QUE VEM COM A IDADE

    Imagem: Freepik / Foto criada por @DCStudio

    O preconceito é algo que nos cega. O etarismo tenta argumentar que pessoas mais velhas têm menos valor – em especial no mercado de trabalho – quando isso está longe de ser verdade.

    Na realidade, qualquer tipo de preconceito é prejudicial para a convivência, para os negócios e também para os resultados organizacionais. Isso quer dizer que as instituições que desvalorizam os profissionais mais velhos estão fazendo um desserviço ao próprio trabalho.

    O conhecimento que vem com a idade e a experiência é extremamente valioso e não é algo que pode ser facilmente substituído. Pelo contrário, os profissionais mais velhos mantêm sua relevância e são exemplos a serem seguidos.

    Da mesma forma, a diversidade etária é algo que pode ser bastante positivo para o ambiente de trabalho. Uma equipe com profissionais de várias idades reúne múltiplas perspectivas, habilidades e experiências, que se complementam e servem para enriquecer o debate de ideias.

    Enquanto os profissionais mais maduros têm maior domínio na área e oferecem uma perspectiva de experiência, os colaboradores mais jovens oferecem uma visão mais tecnológica e inovadora.

    As empresas e organizações estão cada vez mais conscientes sobre a importância da diversidade etária e começam a efetivar ações para combater o etarismo.

    Uma dessas medidas é a implementação de políticas públicas de inclusão e diversidade no mercado de trabalho. Assim, é possível criar um ambiente mais justo e igualitário para todas as idades, o que garante a colaboração entre uma equipe mais forte e bem-sucedida.

    Em uma entrevista exclusiva ao Maringá Post, a professora mestra Adriana Martelli fala sobre o etarismo no mercado de trabalho. Confira a seguir:

    Imagem: Freepik  / Foto criada por @shurkin_son

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