Após quatro anos, Maringá volta a ter um Secretário no Governo Estadual

  • Por Victor Ramalho, especial para o Maringá Post

    A cidade não tinha um representante no primeiro escalão do Palácio do Iguaçu desde 2018. Neste domingo (1º), Ricardo Barros (Progressistas) foi oficializado por Ratinho Júnior (PSD) como Secretário da Indústria, Comércio e Serviços.

    Terceira maior cidade do Paraná, Maringá sempre foi tida como um município estratégico para a política paranaense, costumeiramente estando representada no primeiro escalão do Palácio do Iguaçu. Mas o cenário mudou nos últimos anos.

    Nesse domingo (1º), ocorreu em Curitiba a cerimônia de posse do Governo eleito. Ratinho Júnior (PSD), reeleito com 69% dos votos, comandará o Estado até 2026 e aproveitou o momento para oficializar o novo secretariado.

    O maringaense Ricardo Barros (Progressistas) será o novo Secretário da Indústria Comércio e Serviços, pasta recém-criada na reforma administrativa do Governo do Estado, aprovada em dezembro pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Para assumir o novo posto, ela deixa o cargo de deputado federal em Brasília, onde se encaminhava para o sétimo mandato.

    Desde 2018, ainda na gestão da ex-governadora Cida Borghetti (Progressistas), a cidade não tinha o comando de uma secretaria. O último maringaense a ser Secretário de Estado foi Silvio Barros, irmão de Ricardo e ex-prefeito de Maringá, que comandou a pasta de Desenvolvimento Urbano de abril a dezembro daquele ano.

    Outros dois nomes nascidos em Maringá chegaram a ocupar cargos de Secretário no período. Tratam-se dos ex-deputados Guto Silva (Progressistas) na Casa Civil, entre 2019 e 2022, e Michele Caputo (PSDB) na Saúde, entre 2011 e 2018, mas nenhum deles têm, atualmente, base eleitoral em Maringá.

    Segundo o Cientista Político e Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Tiago Valenciano, a chegada de Barros em Curitiba pode ser benéfica para a Cidade Canção e cidades da região em diversos aspectos. Ele destaca que a pasta é estratégica para o Governo do Estado e já foi comandada pelo ex-deputado no passado, entre 2011 e 2014.

    “A pasta da Indústria, Comércio e Serviços não é uma secretaria qualquer, tem um respeito grande do Governo do Paraná, apesar de não ser uma das principais, como Saúde ou Educação. É uma Secretaria que oferece possibilidades de crescimento para o Estado e região, principalmente na questão de captação de recursos para os municípios. Para um Secretário que já ocupou esse cargo no passado, então, é a garantia de que Maringá passará a ter mais protagonismo dentro do Governo”, afirma.

    Ainda de acordo com o especialista, uma junção de fatores podem explicar o fato de Maringá ter ficado tanto tempo sem um representante em Curitiba. No mesmo período, cidades menores conseguiram se figurar no primeiro escalão. É possível citar o exemplo de Pato Branco, representada pelo ex-prefeito Augustinho Zucchi na Secretaria de Desenvolvimento Urbano, cargo que deixou em dezembro de 2022 para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

    “É uma correlação de forças políticas. O governador Ratinho Júnior me parece, que até o fim do primeiro mandato, não estava 100% fechado com o grupo político do Ricardo Barros que, se tratando de Paraná, é um dos mais fortes. Podemos lembrar que Cida Borghetti, esposa de Ricardo, disputou uma eleição para o Governo do Estado contra o próprio Ratinho, o que pode gerar um desgaste. Mas, quando foi necessário ampliar a base de apoio, o governador se aproxima novamente do grupo. Com isso, não vejo uma falha do Executivo Municipal nisso (na representatividade estadual), apenas uma organização de forças”, finaliza.

    Foto: Twitter Ricardo Barros

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