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Por Edson Calixto Junior
Pra que facilitar, se dá pra complicar?
Por muito pouco, a CBF não cometeu outro erro crasso.
Desde 1950, as camisas históricas da Seleção Brasileira em jogos de Copa do Mundo sempre foram amarela ou azul.
A última vez que jogamos com outra cor, em 1950, perdemos a Copa daquele ano para o Uruguai. Desde então, a amarelinha se tornou um verdadeiro símbolo. Não é superstição. É toda a simbologia e tradição que existe por trás do “manto” amarelo (eventualmente laranja como foi no belíssimo uniforme de 1982).
O fato é que algumas seleções ousaram criar uniformes com cores diferentes da bandeira nacional, mas havia uma identificação muito forte por trás. A Itália, por exemplo, sempre jogou de azul, cores da ”famiglia” real de Sabóia. A Holanda joga de amarelo pelo mesmo motivo.
Por sua vez, o segundo uniforme da Alemanha é verde, que é a cor da centenária Federação Alemã. O Japão joga de azul por superstição. Em 1936, numa partida contra a Suécia pelos Jogos Olímpicos, os “samurais” usaram a camisa de uma universidade local e acabaram saindo vitoriosos. A Austrália joga de amarelo por conta da flor símbolo do país (Acácia).

Há muitas outras seleções que jogam (ou já jogaram) com camisas sem as cores de suas bandeiras nacionais. O Uruguai já jogou de vermelho, mas jamais numa disputa de Copa.
A questão, meus amigos é que se trata do Brasil. Pode parecer um pouco de soberba, mas, no meu entendimento, se a tal camisa da discórdia fosse adotada, seria a “pá de cal” em um dos maiores símbolos nacionais (ainda que de forma velada).
Temos uma Seleção Brasileira maltratada pelos seus dirigentes e pelos nossos jogadores. Já não se tem amor à camisa e o que conta é o “vil metal”.
Nosso presidente “comprou” uma eleição com a conivência dos clubes e federações, os mesmos que vivem reclamando do nosso calendário insano. E tem mais… nunca na história ficamos tanto tempo sem um treinador.
Ninguém é maluco de querer assumir um cargo que fica à mercê de um presidente que “mete os pés pelas mãos” e só estraga o nosso futebol. Além disso, a ideia é tão descabida e tão sem noção que vai amplificar esta polarização imbecil que existe em nosso país há quase uma década.
Já estava imaginando a torcida dos milhões de brasileiros na próxima Copa do Mundo. Se vestisse amarelo, me chamariam de “minion”, se estivesse de vermelho, seria taxado de comunista. Não dá pra ficar resignado.
Ah… e não me venham com essa historinha de vermelho, cor do “Pau Brasil”…
Ednaldo quase conseguiu. Temos o Brasil de Pelotas e, por muito pouco, não tivemos o Brasil de Idiotas…
EDSON CALIXTO JUNIOR é escritor, teólogo e jornalista. Trabalhou na Rádio CBN, Diário do Rio Doce e Rede Novo Tempo de Comunicação. Foi assessor de imprensa na Assembleia Legislativa do Paraná (2003 – 2010). Atualmente é servidor público federal.

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