A fusão do mercado imobiliário com o mercado pet

Os animais de estimação têm influência cada vez maior no mercado imobiliário, sabia?

  • Foto: Ilustrativa

    POR ALLAN CARDOSO

    Os animais de estimação têm influência cada vez maior no mercado imobiliário, sabia? Isso porque, segundo um estudo realizado pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis, em média 63% das pessoas têm ou gostariam de ter um pet. E para ter bicho em casa, é preciso espaço!

    O Brasil é o segundo maior mercado pet do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. São mais de 130 milhões de animais nos lares brasileiros e a oferta de serviços e de produtos exclusivos para os animais de estimação cresce a cada dia. Não estou falando só de roupas ou nutrição animal – um espaço confortável para os animais de estimação em apartamento e em condomínios está entre as prioridades das famílias. A quantidade de filhos diminuiu e quase todos os lares têm um gato ou cachorro, e a presença deles levou o mercado imobiliário a investir em espaços específicos.

    A tendência pet friendly está sendo adotada no mercado imobiliário já há alguns anos e pegou! Se condomínios antigos limitavam ou mesmo proibiam animais, hoje há locais projetados para que o dono possa brincar com o bichinho e até cuidar de sua higiene sem precisar sair de casa. Essas áreas dedicadas aos animaizinhos contam com nomes variados: pet care, pet play, pet garden, pet space… Seja qual for o nome que se escolha, as áreas comuns voltadas para os animais já fazem parte de projetos imobiliários e, para algumas famílias, fazem muita diferença na escolha do imóvel e conquistam na hora da compra.

    O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, já liberou a presença de animais domésticos em condomínios. A proibição só é válida para casos em que o animal representar risco à segurança, à higiene ou à saúde dos demais moradores. É direito do condômino usar, fruir e livremente dispor de suas unidades. Por isso, impedir esse direito, quando seguidas as devidas regras, é inconstitucional. Nem mesmo as regras internas podem sugerir tal proibição. Entretanto, é permitido haver regras, como a forma de conduzir os pets pelos corredores ou elevadores e adotar condutas relacionadas ao barulho e ao acesso de terceiros ao espaço interno, por exemplo – e cada morador deve ser adequadamente informado a respeito delas.

    Mas não basta liberar, é preciso criar um ambiente acolhedor para essas famílias e seus pets. Essa tendência nos empreendimentos imobiliários em oferecer áreas dedicadas especialmente aos moradores de quatro patas inclui ambientes projetados com infraestrutura própria. De espaço com obstáculos e desafios para o pet brincar e gastar energia de maneira saudável a áreas de passeio ou banho sem precisar estressar o bichinho com as saídas para o petshop, tudo é pensado de maneira exclusiva para eles. E não estamos falando apenas de imóveis de alto padrão, essa adaptação está sendo feita no mercado como um todo e é um verdadeiro fenômeno. Tudo para agradar um público fiel e em constante expansão, que quer oferecer conforto e cuidados para os seus companheiros peludos.

    Os pets já foram consolidados como membros das famílias e é preciso entender os cães e gatos como moradores dos empreendimentos. Mesmo assim, é importante ressaltar que esses espaços devem ficar afastados dos demais itens de lazer, tornando o ambiente do condomínio bem estruturado e ideal para todos os públicos.

    Vivemos em uma era de transformações rápidas e constantes, com cada vez menos espaços extremamente amplos e distribuições pouco funcionais.O cenário é outro e o mercado imobiliário tem se remodelado e adaptado às novas necessidades. Os pet places seguem o lifestyle contemporâneo e vieram para ficar. A procura por mais qualidade de vida se estende a todos os membros das famílias, inclusive os pets. E a busca por imóveis que ofereçam uma infraestrutura completa para proporcionar esse bem-estar vai seguir aumentando.

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