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Uma gelateria de Maringá foi classificada para representar o Brasil no ‘Gelato Festival World Masters’, competição que visa escolher o melhor sabor de gelato artesanal do mundo. A ‘Copa do Mundo’ da categoria, que acontece a cada quatro anos, está prevista para ser realizada em maio de 2026, na Itália.
A receita criada pela Flor do Ingá, localizada na Zona 2, ficou entre as duas melhores do país na fase nacional da competição, que reuniu mais de 100 sabores autorais pelo Brasil e teve a classificatória encerrada na semana passada, em São Paulo.
O sabor maringaense ganhou o nome de ‘Doce Encontro’, uma combinação de queijo azul com geléia de limão-cravo. A autora da receita é Aline Vieira, sócia-proprietária da Flor do Ingá ao lado do marido.
Em entrevista ao Maringá Post, Aline conta que tentou reproduzir no sabor elementos que caracterizassem o Brasil. Foram centenas de testes até chegarem na combinação que melhor representa a identidade nacional.
“Nós apostamos nesse sabor porque o queijo azul é apreciado no mundo inteiro e o Brasil tem queijos muito bons. Então, a gente apostou no queijo da Serra da Mantiqueira, que é um queijo cremoso. Nós fizemos testes com vários queijos em vários períodos da maturação até chegar no equilíbrio perfeito que mantivesse a identidade marcante do queijo azul, mas equilibrado. O limão cravo foi escolhido porque certa vez eu provei numa tábua de frios, em uma viagem que me apresentaram o queijo azul, só que de limão Tahiti. Eu gostei muito da combinação, porém eu queria um toque floral, então fiz até vários testes com geleia de laranja, pensei em trazer um pouquinho de tangerina, mas faltava acidez e foi aí que eu bati o martelo no limão cravo, porque ele tem uma célula floral, tropical, que comunica muito bem com a nossa identidade”, disse.
A autora da receita explica que cada detalhe foi minimamente planejado para agradar o paladar dos jurados.
“A gente conseguiu atingir uma acidez suave que proporciona uma leveza na degustação, tem pedacinhos da casca, que também foi um processo complicado de fazer tanto a geleia quanto colocar a casca de forma que não amargasse a receita. Ficou bem equilibrado e agradou o paladar do pessoal e dos jurados”, acrescenta.
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A Flor do Ingá está em atividade na Cidade Canção desde 2017. No começo, o empreendimento vendia gelatos industrializados. A partir de 2021, no entanto, o casal resolveu usar o espaço para fabricar os próprios produtos de maneira artesanal. A curiosidade por este universo fez com que a dupla se dedicasse a buscar cursos fora do país para aprimorar as receitas.
“Nós fizemos cursos aqui no Brasil, fizemos também na Itália. A gente é muito curioso, tanto eu quanto o meu esposo, porque esse mundo é muito dinâmico, então sempre está surgindo novos ingredientes, novas possibilidades, e a gente se aprofunda, gostamos muito de estudar porque fazer sorvete não é que nem uma receita de bolo, entende? Tem que fazer o balanceamento da receita, tem que levar em conta todos os valores nutricionais que tem no ingrediente e é possível fazer sorvete com tudo que é comestível, desde peixes, leguminosas, frutos até bebida alcoólica, mas é preciso o balanceamento, respeitando a composição, os nutrientes do insumo, proteína, gordura, carboidrato, as fibras. É muito amplo, tem muita coisa a ser estudada, mas a gente se apaixonou por esse mundo, então desde 2021 estamos nos aprofundando nesse universo”, descreve Aline.
No momento, o estabelecimento está fechado para reformas, mas se preparando para voltar às atividades, inclusive, com o sabor premiado.
“Nesse momento a nossa loja está fechada para reforma, porque a gente vai fazer algumas mudanças que era um sonho nosso fazer, e com a realização desse sonho veio um outro sonho, que foi justamente ser classificado para a final mundial, que é algo que a gente valoriza demais, porque competimos com sabores muito bons. É uma emoção muito grande”, finaliza.
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