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A Prefeitura de Maringá encerrou os primeiros seis meses do terceiro governo Silvio Barros (PP) sem realizar a prometida reforma administrativa municipal. Atualmente Maringá é, pelo segundo ano seguido, a cidade com o maior número de secretarias municipais, considerando apenas os cinco maiores municípios do Estado.
Em 2022, o Executivo colocou em prática o desenho administrativo que é utilizado até o momento. Na ocasião, a cidade criou as secretarias de Comunicação, da Criança e do Adolescente e o Instituto Ambiental de Maringá (IAM), levando o município a ter 35 pastas, entre secretarias e autarquias.
A título de comparação, Curitiba tem, em 2025, 34 secretarias para gerir uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, enquanto Londrina, com mais de 550 mil, tem 32, considerando municípios maiores que Maringá. Ponta Grossa, que vem logo abaixo, tem 22 pastas em seu organograma e Cascavel tem 26 secretarias e autarquias.
Silvio Barros concedeu entrevista ao Maringá Post em dezembro de 2024, dias antes de assumir a Prefeitura. Na ocasião, o futuro chefe do Executivo afirmou que faria uma reforma administrativa mas que, primeiro, gostaria de avaliar o cenário.
“Seguramente faremos uma reforma administrativa, não temos dúvidas com relação a isso. Mas, primeiro, a gente tem que ocupar o espaço e entender exatamente as razões e os motivos pelos quais secretarias foram divididas. A Assistência Social foi dividida em três, a Semusp (antiga Secretaria Municipal de Serviços Públicos) foi dividida em duas, nós tivemos algumas situações como essa em que secretarias foram divididas e precisamos entender se elas funcionam melhor assim ou se devemos reposicionar isso”, afirmou na época.
Ao citar pastas que foram divididas, o prefeito não descartou, na ocasião, voltar a unificá-las. “Isso será objeto de experiência própria, não vamos julgar por achômetro, primeiro vamos sentar e ver como está funcionando, pois o que realmente importa é resultado para a população, isso é o que interessa, então vamos buscar qual o formato dá o melhor resultado. […] “Secretarias que existem um conflito de atividades, provavelmente, vamos acabar fundindo em uma só. Tem áreas que uma pasta cuida, mas que há uma interseção no meio e não sabemos ao certo a quem corresponde, então nesses casos, talvez, seja melhor voltar a unificar, mas cuidaremos disso ao longo do caminho, mas que seguramente faremos ajustes, não tenho dúvidas que faremos”, disse.
O Maringá Post procurou a Prefeitura para comentar o assunto. O Executivo informou apenas que uma nova reforma administrativa “está em análise”.
Trocas pontuais e secretários acumulando pastas
Nos primeiros seis meses de 2025, as mudanças no organograma municipal se resumiram a trocas pontuais de secretários: na Gestão de Pessoas, saiu o ex-vereador Tenente Edson Luiz e entrou o ex-prefeito de Nova Esperança, Moacir Olivatti; na Agência Maringaense de Regulação (AMR), saiu Cileninho, ex-prefeito de Mandaguari e entrou Coronel Marcelo Pessôa, então coordenador do Plano de Governo e que, no começo do ano, foi Secretário de Governo; na chefia de Gabinete, saiu Tiago Barros e entrou Diego Alves Ferreira.
Uma questão, no entanto, ainda segue sem solução: atualmente, cinco secretarias estão ocupadas por apenas dois secretários. Delegado Luiz Alves (PL), que foi eleito vereador, deixou a Câmara para assumir as pastas da Mobilidade Urbana e Segurança Pública. Além dele, Vagner Mussio, homem de confiança do prefeito, acumula as secretaria de Infraestrutura, Limpeza Urbana e Defesa Civil.
Nos bastidores, alguns nomes já foram ventilados para assumir a Mobilidade Urbana no lugar de Luiz Alves, que gostaria de se concentrar apenas na Segurança Pública. Nada de concreto, no entanto, foi anunciado até o momento.
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