Prefeitura de Maringá vai elaborar plano pedagógico para alunos em situação de evasão escolar

Instrução normativa regulamentando o Plano de Atendimento Pedagógico Individualizado (PAPI) foi publicada pela Secretaria de Educação na quinta-feira (26). De acordo com o município, iniciativa visa propor uma recuperação de conteúdos para estudantes em distorção ‘idade/série’. Projeto deve ser colocado em prática a partir do segundo semestre.

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    A Prefeitura de Maringá vai elaborar um plano pedagógico para recuperar alunos que estejam em situação de evasão escolar. Uma instrução normativa da Secretaria de Educação (Seduc), regulamentando o ‘Plano de Atendimento Pedagógico Individualizado (PAPI)’, foi publicada no Diário Oficial do Município na quinta-feira (26).

    A iniciativa visa mapear estudantes da rede municipal que estejam com a chamada distorção ‘idade/série’, ou seja, aqueles que já tiveram reprovações, mas continuam com um número excessivo de faltas, podendo novamente serem impedidos de avançar de série por conta da ausência nas aulas.

    Em entrevista ao Maringá Post, a Diretora de Ensino da Seduc, Priscila Aparecida Tencati, explicou que o objetivo é dar a esses estudantes uma oportunidade de recuperar os conteúdos perdidos e, assim, eles serem submetidos a uma nova avaliação, que pode os autorizar a avançar de série mesmo caso já tenham ‘estourado’ o número de faltas permitidas para o ano letivo.

    “O objetivo dessa normativa é a gente proporcionar um acompanhamento individualizado para os alunos. Nós temos, não muitos alunos, mas temos alunos que estão em distorção idade/série. São alunos, por exemplo, que estão às vezes no 5º ano, mas já estão com 12, 13 anos e, às vezes, eles já vem de um histórico de reprova na rede. A gente visualizou que terminamos o primeiro trimestre e vimos que esse aluno foi faltoso durante todo o primeiro trimestre. Então, pensando nesse aluno, pensando que nós temos que motivar e olhar os alunos como um todo, a gente foi buscar uma solução. Então, pensando nisso, a gente viu que em outras cidades do Paraná já existem planos como esse e nós, junto com a equipe da Secretaria de Educação, resolvemos fazer esse plano individualizado aqui, para que a gente possa olhar esse aluno individualmente e fazer com que ele retorne à escola e faça uma recuperação tanto pedagógica como também para que ele pare de ter faltas na escola”, afirmou.

    Ainda conforme a Diretora de Ensino, este Plano Pedagógico será elaborado em conjunto entre o professor do aluno e as equipes multidisciplinares da Seduc. O município não informou quantos alunos estão nesta situação na cidade, mas adiantou que são poucos casos. A ideia é que a medida seja colocada em prática a partir do segundo semestre.

    Segundo Tencati, caso o estudante participante do PAPI mostre uma evolução na absorção dos conteúdos, ele será submetido a uma avaliação do Conselho Escolar, que poderá aprová-lo, ou não, para o próximo ano letivo, mesmo que já tenha estourado o número de faltas.

    “Isso será avaliado individualmente, caso a caso, e o Conselho Escolar da escola, lá no final do terceiro trimestre, ele vai avaliar se o estudante retornou, fez tudo que estava proposto no PAPI, fez todas as atividades. Aí sim, todos reunidos, irão avaliar se o aluno tem condições de ser aprovado”, explicou.

    A Diretora também explica que a Secretaria de Educação já realiza, atualmente, um monitoramento diário e em tempo real dos estudantes faltosos. Graças a um sistema de gestão integrada entre as unidades de ensino, a instituição é comunicada via app quando um aluno falta na aula. Com essa informação, a equipe escolar entra em contato com a família para entender o motivo do não comparecimento.

    Nos casos dos estudantes com reprovação – público alvo do acompanhamento individualizado -, a desmotivação é apontada como um dos fatores do não comparecimento às aulas.

    “A Secretaria de Educação tem uma plataforma, que é o Conecta Seduc, que é uma plataforma de gestão. Nós, enquanto Secretaria, a gente consegue acompanhar, em tempo real, quais são os alunos, por exemplo, que não estejam na escola hoje de manhã. A partir do momento que o professor registra a frequência, nós conseguimos visualizar. Nós temos aqui um setor de frequência escolar, que foi instituído esse ano. Eles ligam para a escola, junto com as supervisoras, e vão ligar para os pais, para saber por que a criança não foi, se está doente, se não está, qual é a dificuldade, com o intuito de prevenir, para que uma criança chegue na situação de abandono”, finalizou.

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