Em 14 anos, contrato entre Prefeitura de Maringá e TCCC recebeu R$ 113 milhões em aditivos

Valores foram levantados pelo Maringá Post, através de uma consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura. De acordo com a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), maioria dos aditivos foi relativa ao reequilíbrio econômico do período pandêmico e o sistema, atualmente, está equilibrado financeiramente. Audiência Pública nesta quinta-feira (22) vai discutir a implantação da tarifa-zero em Maringá.

  • Tempo estimado de leitura: 3 minutos

    Em 14 anos, o contrato entre a Prefeitura de Maringá e a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) recebeu R$ 113 milhões em aditivos. Os números foram levantados pela reportagem do Maringá Post, a partir de uma consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura.

    O atual contrato da gestão do transporte coletivo da cidade foi assinado em junho de 2011 e tem 20 anos de validade, se encerrando em junho de 2031. Ao final do período, o município terá repassado pouco mais de R$ 1 bilhão a empresa pela prestação dos serviços, desconsiderando os aditivos.

    Os aditivos, conforme declarado no Portal da Transparência, foram pagos a partir de 2022. Naquele ano, foram dois pagamentos, de R$ 25 milhões e R$ 8,5 milhões, respectivamente. Outros dois pagamentos foram feitos em 2023, com valores de R$ 30 milhões e R$ 12,7 milhões. Em 2024, foram R$ 27 milhões repassados e, em 2025, mais R$ 10,5 milhões.

    Em contato telefônico com o Maringá Post nesta quarta-feira (21), a TCCC informou que os aditivos são relativos a pedidos de reequilíbrio econômico, em sua maioria, do período pandêmico. Ainda conforme a empresa, atualmente o sistema de transporte coletivo de Maringá está equilibrado financeiramente.

    A Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) também destacou ter atualmente uma frota de 228 ônibus, que operam em 68 linhas. Do total, 210 veículos estão nas ruas diariamente e outros 18 ficam na chamada ‘reserva técnica’. Segundo a TCCC, a Prefeitura tem autonomia para solicitar a inclusão de novas linhas no itinerário, desde que as solicitações sejam pautadas em estudos que justifiquem a demanda. O Maringá Post procurou o município para comentar o assunto, mas não teve retorno.

    Em fevereiro, o Maringá Post detalhou os aditivos pagos pela Prefeitura ao sistema de Transporte Coletivo, explicando que os valores servem para manter o preço das passagens nos atuais R$ 4,80 pagos pelos usuários. A reportagem completa pode ser lida neste link.

    Audiência Pública debate implantação da ‘tarifa-zero’ em Maringá

    Nesta quinta-feira (22), a partir das 15h, uma audiência pública na Câmara Municipal debaterá a implantação da tarifa-zero no transporte coletivo. O encontro foi convocado pelo gabinete da vereadora Professora Ana Lúcia (PDT).

    Segundo ela, objetivo é debater a situação do transporte coletivo e definir os instrumentos necessários para fazer a transição para a tarifa-zero. “Este é o momento de iniciarmos esta discussão, daqui a seis anos será feita a análise do atual a contrato e será decidido se ele irá ser renovado por mais 20 anos. Já temos no Brasil várias cidades que subsidiam a tarifa do transporte coletivo. É hora de avaliarmos como podemos fazer a implantação deste benefício para a população de Maringá”, defende.

    A vereadora informou que já confirmaram presença no evento representantes do Tribunal de Contas do Paraná, da Transporte Coletivo Cidade Canção, concessionária do serviço, e da Universidade Estadual de Maringá.

    Comentários estão fechados.