“As pessoas continuarão tendo acesso gratuito, exatamente como hoje”, afirma Silvio Barros sobre concessão do Parque do Ingá

Em entrevista ao Maringá Post, chefe do Executivo maringaense afirmou ter urgência para tirar o projeto do papel. Prefeito também reforçou o desejo de ter um único concessionário para o Parque e descartou responsabilizar gestores passados pelo estado de abandono do local.

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    O prefeito de Maringá, Silvio Barros (Progressistas), voltou a falar sobre o projeto de uma possível concessão do Parque do Ingá para a iniciativa privada. Em entrevista ao Maringá Post nessa quinta-feira (6), o chefe do Executivo ressaltou que uma concessão não implicaria na cobrança de entrada no espaço, situação que gerou comentários de leitores nas redes sociais.

    “É preciso deixar bem claro, cobrança de entrada no Parque do Ingá, não, isso nunca foi mencionado. O que a gente entende é que existem atividades que nós deixamos prontas lá e que são pagas. Você quer andar de pedalinho? Você paga. Você quer comprar um lanche na lanchonete? Você tem que pagar. Você quer comprar um souvenir na loja de artesanato? Você tem que pagar. Se quiser atravessar o lago de uma tirolesa que ficou pronta e funcionando, tem que pagar. Então, todas as atividades pagas ou que poderiam ser pagas, estas deveriam ser concessionadas para uma única empresa”, explicou.

    Silvio falou pela primeira vez sobre uma concessão do Parque do Ingá na sessão da Câmara Municipal da última terça-feira (4). Na ocasião, o prefeito pediu apoio dos vereadores na discussão do projeto. Para a reportagem, o chefe do Executivo explicou que a concessão para uma única empresa é uma forma do município ter de quem cobrar a manutenção e a divulgação do espaço, bem como responsabilizar por eventuais problemas.

    “E por que uma concessão única e não uma concessão para cada espaço? Porque se tiver uma concessão para o pedalinho, outra para a loja, outra para a lanchonete, outra para a tirolesa, quem é que vai botar o papel higiênico e o sabonete no banheiro? Qual deles que vai colocar? Nenhum. Quem é que vai fazer propaganda no rádio, na televisão, no jornal, vai fazer outdoor nas estradas falando que tem tudo isso para fazer no Parque do Ingá? Ninguém. Porque nenhum deles vai fazer propaganda para o outro ter cliente. E de quem nós vamos pedir que cuide da segurança das pessoas que entram no Parque do Ingá? De ninguém. Então, se alguém tiver um celular roubado lá dentro, ou se faltar papel higiênico no banheiro, ou sabonete para lavar a mão, será tudo culpa do prefeito, e isso está errado. Isso não funciona desse jeito”, relatou Silvio.

    “O que a gente entende é que essas atividades devem ser refeitas, porque estava tudo pronto lá no Parque do Ingá e nunca foi utilizado. E a concessão ser feita para uma única empresa de quem a Prefeitura possa cobrar a segurança, o funcionamento dos banheiros, a manutenção do parque, porque essa empresa vai ter interesse em manter o negócio funcionando, porque é daí que vem o rendimento dela”, completou.

    Na apresentação sobre o tema na Câmara de Maringá, Barros listou equipamentos e espaços dentro do Parque deixados funcionando em sua última gestão, em 2012, e que não estariam mais no local. Ele descartou responsabilizar antigos gestores pelo estado em que o Parque se encontra atualmente. Ainda conforme o prefeito, refazer e manter as atrações funcionando pelo próprio município não é mais viável.

    “Exatamente para não acontecer o que está acontecendo hoje. A prefeitura recupera, daqui a alguns anos tem que recuperar de novo, depois tem que recuperar de novo, usando dinheiro público. Quando a gente podia fazer uma vez só e depois o concessionário manter isto funcionando. Isso não é uma utilização adequada e pelo menos satisfatória para o patrimônio que está lá dentro. E eu não pretendo deixar do jeito que está. Essa história de conserta agora, depois deixa para o outro consertar de novo, desculpa, isso é malversação de recurso público. […] As coisas desapareceram fazem 12 anos, não adianta querer responsabilizar alguém, a gente nunca vai encontrar nada dessas coisas”, disse.

    Ainda conforme o prefeito, ele tem pressa em tirar o projeto do papel. “Tenho pressa de propor essa solução. E nós vamos, obviamente, passar isso tanto pela Câmara de Vereadores quanto pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, que é o conselho que pode legitimar esta proposta e dizer se isso pode ou não, ou deve ou não ser feito”, finalizou.

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