Tempo estimado de leitura: 5 minutos
O prefeito de Maringá, Silvio Barros (Progressistas), anunciou nessa terça-feira (4) a intenção de discutir um modelo de concessão do Parque do Ingá para a iniciativa privada. O anúncio foi feito durante o discurso do chefe do Executivo na tribuna da Câmara Municipal, durante a primeira sessão ordinária do legislativo em 2025.
No discurso, Barros pediu apoio dos vereadores para trabalhar o projeto. Sem entrar em detalhes sobre prazos para que a ideia saia do papel, o prefeito afirmou que, com uma concessão, a cidade teria de quem cobrar “segurança, promoção e divulgação” do espaço público.
Segundo o chefe do Executivo, o modelo de concessão que ele considera o ideal é o de um único concessionário para administrar todas as atrações, que podem ser cobradas, dentro do Parque. Nesses moldes, uma mesma empresa ficaria responsável por equipamentos como a lanchonete, a tirolesa e os pedalinhos. Ele também relembrou ideias propostas por administrações passadas para ‘picotar’ as concessões, ideia que ele diz discordar.
“Qual era o nosso ponto? É isso que quero colocar para vocês, pois vai passar por aqui (pela Câmara). O Parque do Ingá deveria ter uma concessão para a operação desses equipamentos e deveria ser uma concessão privada. Mas deveria ser uma concessão só, única. A loja, a lanchonete, os pedalinhos, a tirolesa, tudo deveria ter um único concessionário. O entendimento, na época, era de que a Prefeitura deveria picotar e dar um pouquinho para cada um, não mais na minha gestão, e eu discordo disso radicalmente, porque se nós tivermos um único concessionário, nós teremos de quem cobrar segurança no parque, de quem cobrar papel higiênico no banheiro, de quem cobrar sabonete para as pessoas lavarem a mão, teremos de quem cobrar a promoção e divulgação do parque. Se tivermos um monte de concessionários pequenos, nenhum deles vai assumir nenhuma dessas responsabilidades, e nós perdemos a oportunidade de trabalhar aquele espaço para o uso da comunidade”, afirmou.
Ainda conforme o chefe do Executivo, a Prefeitura descarta qualquer ideia de concessão que culmine na cobrança de entrada no Parque. O objetivo é de que a maioria das atrações sigam sendo gratuitas para a comunidade.
“Eu vou voltar a carga, entendo que o Parque do Ingá é uma sala de aula fantástica onde poderíamos estar ensinando as pessoas a como se relacionar com a natureza. É um lugar privilegiado, mas hoje as pessoas entram no portão, andam lá dentro e saem do mesmo tamanho que entraram, não aprendem nada, e a culpa disso é nossa. Então precisamos de um outro conceito. Cobrar entrada? Não, isso nunca foi proposto e não pretendo propor. A entrada continuará sendo totalmente gratuita, e muitas coisas que podem ser acontecer lá dentro continuarão sendo gratuitas. Aquelas que podem ser cobradas subsidiarão a segurança, a limpeza e manutenção do Parque. Essas, quem tiver interesse, faz”, declarou Silvio Barros.
Críticas ao abandono do Parque
Ainda em seu discurso no plenário da Câmara, Silvio Barros teceu críticas ao atual estado de abandono da atração. De acordo com o atual prefeito, ele teria deixado o Parque com diversas atrações em funcionamento antes de encerrar seu segundo mandato à frente da Prefeitura, em 2012.
“De fato o Parque do Ingá é um lugar fantástico e maravilhoso. Mas, hoje, mais nos envergonha do que nos orgulha. Quem vai, realmente tem muitas dificuldades de encontrar motivos para sorrir lá dentro. O que eu quero dizer é que deixamos, durante os últimos meses da nossa gestão, uma tirolesa funcionando para atravessar o lago nos dois sentidos. Ela foi testada na frente dos vereadores que estavam aqui naquela época, eles viram funcionando. Nós fizemos uma tirolesa diferente para que um cadeirante pudesse experimentar essa sensação. […] O que quero colocar é que nós deixamos uma pista de arvorismo com todos os equipamentos, deixamos uma pista de educação no trânsito com carrinhos elétricos para as crianças, bicicletas familiares, tudo isso estava dentro do Parque do Ingá, pronto para ser usado, e nunca foi usado. Hoje, ninguém sabe onde está, mas estava lá. […] Eu entendo que temos sim uma atenção a ser tomada com o Parque do Ingá, mas teremos que discutir com vocês uma concessão, com responsabilidade, e que faça as coisas continuarem funcionando”, destacou.
O Maringá Post entrou em contato com a Prefeitura de Maringá para entender o projeto de concessão e aguarda um retorno.
Comentários estão fechados.