Operação da PF contra espionagem indevida por servidores da Abin cumpre mandado em Maringá

Ao todo, 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva são cumpridos no Paraná e outros quatro estados. Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) são suspeitos usarem indevidamente o sistema de geolocalização de celulares para espionar autoridades.

  • Ao todo, 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva são cumpridos no Paraná e outros quatro estados. Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) são suspeitos usarem indevidamente o sistema de geolocalização de celulares para espionar autoridades.

    Por Victor Ramalho

    A Polícia Federal (PF) foi às ruas na manhã desta sexta-feira (20), em Maringá, para o cumprimento de busca e apreensão no âmbito da Operação Última Milha, deflagrada para investigar a espionagem indevida da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra autoridades públicas.

    Ao todo, a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e cinco de afastamento. Entre os 25 mandados de busca e apreensão, dois são cumpridos no Paraná, sendo um em Maringá e outro na capital Curitiba. Além do Paraná, policiais federais também cumprem mandados em São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.

    Todos os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com as investigações, servidores da Abin teriam usado de forma indevida sistemas de geolocalização de celulares para a investigar autoridades, mesmo sem nenhum mandado judicial autorizando a ação.

    “O sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, reforça a Polícia Federal.

    Além do uso do software malicioso, a PF também investiga “a atuação de dois servidores da Agência que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão”.

    Conforme reportagem da GloboNews, a investigação teria iniciado ainda no mês de março, como parte da apuração do chamado “inquérito das fake news”. A suspeita é de que a Abin, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha utilizado a estrutura da agência para espionar juízes, jornalistas e outras autoridades consideradas ‘adversárias’ do Governo.

    Ainda de acordo com a Polícia Federal, dois servidores da agência foram presos pela manhã no Distrito Federal. Eles poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

    Foto: Divulgação/Polícia Federal

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