Por Victor Ramalho
Um abaixo-assinado de moradores da região pedia a criação de um posto da Guarda Municipal na mesma região onde jovem foi assassinada no domingo (29). A Secretaria de Segurança Pública, na época, considerou a proposta “inviável”.
A violência na região do Novo Centro de Maringá, que voltou a ser discutida após o assassinato da jovem Samantha Campana, de 23 anos, no domingo (29), já vem sendo alertada por moradores do local há pelo menos dois anos.
Em 2021, um abaixo-assinado de residentes do bairro pediu a criação de um posto da Guarda Municipal no local. À época, eles mostravam preocupação com o aumento da população em situação de rua e usuários de drogas nas proximidades, em função do alto fluxo de pessoas no Terminal Intermodal, que fica a poucos metros dali.
O documento recolheu assinaturas de moradores de, ao menos, três condomínios da região. A reportagem do Maringá Post conversou com uma moradora, que não quis se identificar. Ela relata que que a iniciativa surgiu após alguns moradores da região terem sido vítimas de assaltos, principalmente no período da noite.
“Há quase dois anos, já prevíamos que poderia ocorrer uma série de furtos e roubos no local. É algo que vem acontecendo constantemente na região”, diz.
Uma solução “inviável”
O crime que motivou o abaixo-assinado ocorreu no dia 19 de fevereiro de 2021, quando uma moradora de um dos condomínios foi abordada por 3 assaltantes quando chegava em casa, por volta das 23h. Eles tentaram levar o carro da vítima, que chegou a tentar correr para o prédio onde morava. O trio fugiu levando um celular.
O documento com o pedido dos moradores foi entregue ao gabinete do vereador Onivaldo Barris (União Brasil) em março daquele ano. O parlamentar, na época, encaminhou um requerimento ao Executivo. com as reivindicações dos moradores. A resposta da Secretaria de Segurança Pública veio no dia 5 de abril de 2021.
Conforme a resposta encaminhada ao gabinete do vereador, a criação de um posto da Guarda Municipal nas proximidades era considerada pela pasta uma iniciativa “inviável”.
De acordo com o que a Secretaria de Segurança Pública escreve no documento, a criação de um posto da GM nas proximidades demandaria uma “estrutura física mínima, com banheiro e ar-condicionado” para comportar os agentes. No mesmo documento, o Executivo afirma que para desprender 4 agentes para o local, número considerado mínimo para o patrulhamento, a equipe “deixaria de atender uma comunidade de aproximadamente 80 mil pessoas”. A resposta não especifica, no entanto, qual bairro deixaria de ser atendido.
No mesmo documento, a Secretaria de Segurança Pública prometeu, na época, reforçar o patrulhamento na região de outras formas, com a realização de “rondas constantes”.
A reportagem procurou a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Maringá para comentar o assunto e questionar o que torna a proposta inviável. A pasta, no entanto, informou que o posicionamento segue o mesmo da resposta dada aos moradores em 2021.
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