O ex-vereador Paulo Mantovani, morto em setembro de 2020 depois de quatro mandatos na Câmara, secretário municipal e funcionário da prefeitura por 50 anos, terá seu nome no Teatro Barracão, na Praça Professora Nadir Cancian, no final da Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto. Naquele palco, por muitos anos Mantovani gravava um programa de música sertaneja que era levado ao ar aos domingos pela repetidora da TV Bandeirantes em Maringá.
A homenagem será prestada pela Câmara Municipal, que na sessão desta terça-feira, 15, aprovou em primeira votação, por unanimidade, o projeto de autoria do presidente da Casa, Mário Hossokawa (PP).
A segunda votação acontece na sessão de quinta-feira, 17, e tudo indica que mais uma vez a aprovação será por unanimidade, já que todos os vereadores de alguma forma tiveram relacionamento com Mantovani, ou como companheiros de Câmara, como Belino Bravim, Mario Verri, Mario Hossokawa e Doutor Manoel, ou em outros ambientes de trabalho, como Cris Lauer, que também tinha programa na TV Bandeirantes, ou o conheciam de outros lugares, além de Flávio Mantovani, que é seu filho e herdeiro político.
Embora o projeto seja de Hossokawa, a ideia de colocar o nome de Paulo Mantovani no teatro é do chefe de Gabinete da prefeitura, o jornalista Domingos Trevisan, que era diretor da Bandeirantes quando Mantovani gravava o programa naquele local e atraia pessoas não só de Maringá mas também de cidades vizinhas.
Segundo Trevisan, os programas de Mantovani eram o grande acontecimento cultural que Maringá tinha garantido todas as semanas. Todos os dançarinos, contadores de piadas, mágicos e cantores da região passaram pelo programa, entre eles artistas que depois ficaram muito famosos, como os irmãos Chitãozinho e Xororó, de Astorga, e Leandro e Leonardo.
Chitãozinho e Xororó estavam tentando iniciar uma carreira na música quando o pai trazia os meninos de Astorga para se apresentar em programas de Maringá, entre eles o”Prosa Sertaneja”, de Mantovani, o Homem da Moringa.
O Homem da Moringa
Paulo Mantovani cresceu em Maringá e era ainda menino quando trabalhava como carregador de malas no Maringá Bandeirantes Hotel, na época o principal estabelecimento do ramo em Maringá.
Em 1971 começou a trabalhar na prefeitura e em quase 50 anos passou por praticamente todos os setores e secretarias. Foi, inclusive, secretário municipal e o primeiro coordenador da Guarda Municipal.
Na política, foi eleito vereador pela primeira vez em 1983 e em praticamente todas suas campanhas sempre transformava a si mesmo numa espécie de personagem, o Homem da Moringa. Este aposto ele ganhou em seus programas de televisão, onde colocava em evidência a vida de roceiro.
Ele morreu em setembro de 2020 vítima de um câncer no pulmão, possivelmente provocado ou agravado pelo hábito de fumar que o acompanhou por 60 anos. Aliás, fumou até o final.
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