Um show com a cantora e compositora Leci Brandão, uma das mais importantes vozes do samba, abre nesta segunda-feira, 15, a 13ª edição do Festival Afro-Brasileiro de Maringá, que além das tradicionais atividades ligadas à cultura afro, traz uma série de debates sobre a situação e as condições em que vivem os negros no Brasil.
O show, gratuito, começa as 20h30 no Teatro Calil Haddad, porém, devido às restrições impostas pelo combate à covid-19, o auditório será limitado a 500 pessoas. Quem preferir assistir o show em casa, é só acessar este LINK
Nas últimas edições antes do início da pandemia da covid-19, o Festival Afro-brasileiro de Maringá teve no palco nomes como Luciana Oliveira, Os Demônios da Garoa e Chico Cesar.
O Festival é promovido pela prefeitura, por meio da Secretaria de Juventude e Cidadania e a Secretaria da Cultura, junto com os grupos ligados à Consciência Negra. Neste ano, o tema é “A luta de hoje começou ontem”. A programação prossegue até o dia 20, data que lembra a morte de Zumbi dos Palmares, o símbolo máximo da resistência negra.
A programação da semana
- dia 16 Desenvolvimento Econômico da População Negra
Debatedoras: Clara Marinho, Roberta Kisy e Roseli Faria, com mediação de Juliana Aline dos Santos.
- dia 17 Racismo Estrutural
Debatedores: Vilma Reis, Lúcia Xavier, Iêda Leal, com mediação do professor Delton Aparecido Felipe
- dia 18 Mesa de Discussão
Debatedores: Valdeir Gomes de Souza, Cleuza Souza Theodoro e Aracy Adorno Reis, com mediação da jornalista Hortensia Franco de Carvalho
- dia 19 Espiritualidades Afro-Diaspóricas
Debatedores: Isabelle Caldas e Gislaine Gonçalves, com mediação de Laís Fialho
- dia 20 show com a cantora Majur
20h30, no Teatro Reviver, na Praça de Todos os Santos
Criado em 2006, o Festival Afro acontece sempre no início da segunda quinzena da novembro para coincidir com a Semana da Consciência Negra, que termina no dia 20, data que lembra a morte do símbolo máximo da luta dos afrodescendentes, Zumbi do Palmares.
A criação deste evento é resultado do trabalho de conscientização desenvolvido pela antiga Assessoria de Promoção da Igualdade Racia (hoje, Secretaria da Juventudel e Cidadania), em parceria com a Associação União e Consciência Negra de Maringá, Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques e Centro Cultural Jhamayka. O evento também conta com o apoio das secretarias da Mulher, Educação e Cultura.
No palco, o talento e a militância de Leci Brandão
Zé do Caroço é um hino de todas as rodas de samba
A cantora que abre o festival hoje a noite não é apenas mais uma bela voz ou compositora de sambas bonitos, mas também uma militante natural na defesa da população negra. Isso transparece também em suas composições, como em Zé do Caroço, composta durante a ditadura miliar e até hoje um hino em toda roda de samba.
Leci Brandão, com uma carreira de mais de meio século, nunca precisou de cargos para defender suas bandeiras, mas o faz também em funções oficiais. Durante o segundo governo Lula, foi a representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPOR) e integrou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).
A partir de São Paulo, onde mora há mais de 20 anos, dispõe seu mandato parlamentar na Assembleia Legislativa às mulheres, negros, indígenas, LGBT`s, dentre outros setores desprivilegiados da sociedade brasileira.
Comentários estão fechados.