A quantidade de doses de vacina contra a covid-19 que o Ministério da Saúde envia para cada município é definida com base no tamanho da população. Porém o Ministério baseia-se no Censo Demográfico que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) realizou em 2010 e muitas cidades tiveram crescimento populacional nesses 11 anos. O censo populacional desatualizado está prejudicando a vacinação nas cidades. Por conta desse descompasso, há uma defasagem entre a quantidade de doses e o tamanho real da necessidade de cada município.
Esta é a constatação a que chegou a comissão Mais Vacinas, formada por prefeitos da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep) para buscar a normalização da distribuição de doses nas cidades da região e, dentro das possibilidades, conseguir mais vacinas para agilizar a imunização das populações das cidades do noroeste paranaense.
A comissão, formada por seis prefeitos, quer compreender o motivo pelo qual os municípios com populações de tamanho semelhante recebem montantes diferentes de doses de vacina. Com compreensão, busca-se a correção.
Reunida virtualmente nesta segunda-feira, a comissão Mais Vacinas decidiu encaminhar um ofício ao secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, pedindo sua interveniência junto ao Ministério da Saúde para que seja reavaliada a forma de distribuição de doses para as cidades da região, procurando-se corrigir a defasagem decorrente do censo desatualizado.
“Se o governo federal mantiver a distribuição das vacinas pelos dados do IBGE em 2010, não vamos atingir a cobertura vacinal ideal para controlar a pandemia”, destaca o prefeito de Marialva, Victor Martini (PP), presidente da comissão Mais Vacinas.
Cidades cresceram, mas o governo não viu
Os prefeitos da Amusep dizem que não precisam grande esforço para perceber o censo demográfico desatualizado e o tamanho do crescimento populacional de muitas cidades desde a realização do último censo do IBGE. Floresta, por exemplo, no último censo tinha 6.851 moradores. Hoje, o cadastro da prefeitura aponta a existência de 4,5 mil ligações residenciais de água. Levando-se em conta a existência de no mínimo dois moradores por casa, a cidade, em tese, teria em torno de 9 mil habitantes. Calculando-se com base em três moradores por casa, já seriam mais de 13,5 mil habitantes.
O caso de Floresta, que não deixa dúvidas pelo tanto de loteamentos abertos nos últimos anos, é o mesmo de outras cidades, com destaque para Sarandi, Marialva, Paiçandu, Mandaguaçu e Presidente Castelo Branco.
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