Vestibular da UEM, que começa neste domingo, decepciona a hotelaria de Maringá

  • Historicamente, os dias de vestibular da UEM proporcionavam a maior lotação do ano aos hotéis, mas neste ano as reservas foram frustrantes

     

    Nem somando com os dois vestibulares do ano passado, que não foram realizados devido à pandemia de covid-19, o vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que começa neste domingo, tem para a hotelaria maringaense o mesmo peso que já teve no passado.

    Se antes vestibular da UEM era sinônimo de lotação total de todos os hotéis da cidade por três dias seguidos, desta vez o vestibular proporciona um movimento “quase normal”, o que para os hoteleiros significa apenas alguns hóspedes a mais do que em um dia comum, mesmo em tempos de pandemia.

    “Me lembro bem de dias em que dois ou três ônibus estacionavam aí na porta, lotados de estudantes que chegavam para ocupar os quartos reservados um ano antes por cursinhos de cidades do interior de São Paulo”, conta Odenir Cardoso, que há 25 anos é recepcionista do Hotel Astória, na Avenida Tamandaré, Centro de Maringá.

    “Era uma loucura, tínhamos que providenciar mais colchões, era tanta gente que tínhamos que dividir em grupos para o café da manhã”.

     

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    Assim como o Astória, um dos hotéis mais antigos de Maringá e que tradicionalmente atende viajantes, todos os demais hotéis de Maringá ficavam praticamente exclusivos para os vestibulandos que vinham de outras cidades e mesmo de outros Estados.

    Cláudio Crepaldi, gerente do Hotel Golden Ingá, em Maringá
    Cláudio Crepaldi diz que vários setores perderam com as mudanças no vestibular

    O gerente Comercial do Hotel Golden Ingá, Cláudio Crepaldi, diz que com a mudança do vestibular para só dois dias os hotéis perderam mais um dia de faturamento.

    Outro agravante, segundo Crepaldi, é o fato de as provas começarem na parte da tarde. Antes, as pessoas vinham para Maringá no sábado, dormiam na cidade para estarem prontos logo cedo para se dirigir ao local da prova. Agora, como o vestibular começa a tarde, as pessoas dormem em casa, em suas cidades, e só vêm para Maringá na hora de entrar para a prova.

    “Com isso, vários setores saem perdendo. Os hotéis ficam sem movimento, os restaurantes, as lanchonetes, os taxistas, mototaxistas, enfim, todos os segmentos que tinham no vestibular da UEM uma garantia de faturamento, agora não têm mais”, explica o gerente do Golden Ingá.

    Segundo o Maringá e Região Convention & Visitors Bureau, o vestibular da UEM historicamente era o evento que mais clientes trazia para os hotéis de Maringá.

    Normalmente cada vestibular tinha acima de 20 mil inscritos e entre 10 mil e 15 mil eram de outras cidades. Muitos candidatos alugavam casas para permanecer em grupos nos dias das provas, outros se alojavam em casas de conhecidos, repúblicas ou mesmo casas que alugavam acomodações por alguns dias, mas a maioria ia para hotéis.

    Isso acontecia três vezes ao ano com os vestibulares de Verão, de Inverno e mais o PAS-UEM, o Processo de Avaliação Seriada. E eram três dias de hospedagem.

    O vestibular que acontece neste domingo e segunda-feira, mesmo somando os dois vestibulares que não foram realizados no ano passado, tem pouco mais de 14 mil inscritos. Cerca de 6 mil são de outras cidades, que vão precisar pernoitar em Maringá apenas uma noite, já que as provas terminam na segunda-feira. Na maioria dos hotéis, nem metade da lotação foi reservada para vestibulandos.

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