Mais de 20 municípios recebem capacete de oxigenação desenvolvido pela UEM

Equipamento reduz de 40% a 60% a necessidade de intubação e eleva de 70% para 92% saturação de oxigênio em doentes da Covid-19

  • Um capacete de oxigenação que, além de ser mais confortável para o paciente, diminui a necessidade de intubação. Esse equipamento, que pode fazer a diferença no tratamento de pacientes com quadros de insuficiência respiratória de média gravidade, foi desenvolvido em Maringá.

    O capacete é o resultado de uma parceria entre os departamentos de Física e Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O equipamento tem auxiliado no tratamento de pacientes com a Covid-19, reduzindo de 40% a 60% a necessidade de intubação. Além disso, eleva de 70% para 92% saturação de oxigênio em doentes da Covid-19.

    De acordo com o pesquisador e professor do departamento de Medicina, Edson Arpini Miguela, a iniciativa surgiu como uma forma de permitir que o paciente interaja com a equipe médica e tenha uma opção de tratamento além da intubação.

    “Como os insumos vindos do exterior e os materiais médicos no geral estão muito caros, nosso objetivo era desenvolver uma alternativa com materiais que a gente alcançasse aqui na região mesmo. E foi isso o que a gente conseguiu”, explica o professor.

    Diante da demanda, a Associação dos Amigos do Hospital Universitário (AAHU) está financiando a confecção dos equipamentos. Cerca de 110 capacetes já foram doados para 21 municípios de várias regiões do Paraná e do estado de São Paulo. De acordo com o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), a solicitação pelo equipamento está em constante crescimento e a expectativa é aumentar a produção para atender toda essa demanda.

    “Diferentemente do que as pessoas acreditam, não se trata de um equipamento ventilador. O capacete oxigenador concentra o oxigênio dentro do equipamento e dá pressão. Quando aumenta essa pressão dentro do capacete, o ar entra pelas narinas e desce em direção a traqueia, facilitando a respiração. É uma dinâmica muito parecida com a das máscaras de oxigênio, com o diferencial de que as máscaras incomodam muito o paciente e podem ser usadas por até duas horas seguidas. O capacete, além de ser muito mais confortável, pode ser usado por mais tempo”, explica o pesquisador Edson Arpini Miguel.

    Entre as vantagens confirmadas com o uso dos capacetes estão o aumento e manutenção dos níveis de saturação de oxigênio, a sustentação de níveis de pressão dentro do dispositivo, a possiblidade de mudar a posição dos pacientes com segurança, além do aumento no conforto aos pacientes e comunicação com a equipe, podendo utilizar de dietas líquidas durante o uso do capacete.

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