A Prefeitura de Maringá não divulga a taxa de positividade da Covid-19 há quase 100 dias. A contagem é feita pelo perfil @covid19.mga no Instagram, que utiliza dados divulgados pelo município para acompanhar a evolução do coronavírus na cidade. O Observatório Social de Maringá (OSM) também cobra a divulgação do dado.
A taxa de positividade é a proporção de resultados positivos de Covid-19 em relação a quantidade de testes realizados. A informação mais recente é referente a 8 de dezembro do ano passado. Na última atualização, publicada em 17 de dezembro, a taxa era 56,85%. Isso significa dizer que a cada 100 pessoas testadas, quase 57 receberam o diagnóstico positivo para a doença.
Inicialmente, o dado era divulgado semanalmente em um boletim detalhado sobre a Covid-19. Depois, passou a ser publicado com menos frequência, chegando a uma periodicidade mensal. O Maringá Post tenta um posicionamento da prefeitura sobre o assunto desde segunda-feira (15/3), mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
O perfil no Instagram que mostra em gráficos a evolução do coronavírus na cidade é administrado pelo biólogo e mestrando em ecologia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) Bruno Mioto, de 24 anos. Ele afirma que a taxa de positividade é um dos índices mais importantes para acompanhar a evolução da pandemia.
“A taxa de positividade é o primeiro índice que a cidade tem em relação a como está a pandemia e serve pra sabermos se as pessoas estão de fato se contaminando mais ou se o município está testando mais”, diz Mioto.
Segundo o biólogo, apenas o número de testes positivos não é suficiente para ter um panorama completo da atual situação da pandemia na cidade. “É por isso que essa taxa é tão importante, pois, nesse caso, não importa quantos testes são feitos, a proporção é o que reflete melhor a pandemia.”
Bruno Mioto ainda explica a importância da taxa para que o município defina qual a posição da cidade dentro da matriz de risco. Atualmente, a cidade está na matriz de risco muito alto.
“Essa matriz de risco é calculada a partir da taxa de ocupação das UTIs e da taxa de positividade. Se você tem UTIs cheias e uma taxa de positividade alta, isso significa que a situação ainda vai piorar. Agora, se as UTIs estão lotadas, mas a taxa de positividade está baixa, podemos ter a perspectiva de que as coisas vão melhorar”, afirma.
Veja a classificação adotada pelo município:
Observatório Social de Maringá questiona prefeitura
Em 26 de fevereiro, o Observatório Social de Maringá (OSM) enviou ofício ao prefeito Ulisses Maia (PSD). No documento, o OSM questiona porque o boletim detalhado ainda não foi publicado neste ano e quando será publicada a próxima edição. O observatório também indaga sobre a periodicidade que a prefeitura pretende publicar o documento e o método utilizado para calcular a taxa de positividade.
Na terça-feira (9/3), a Prefeitura de Maringá respondeu o ofício do OSM. O município afirmou que elabora um boletim completo, com dados até fevereiro deste ano. A prefeitura informou que o atraso na divulgação ocorreu por conta da troca na direção da Secretaria de Saúde, ocupada atualmente Marcelo Puzzi.
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