A SudaMed começou a operar o Sistema de Atenção à Saúde dos Servidores do Município de Maringá (Sama) em 10 de janeiro. No entanto, servidores reclamam sobre os serviços prestados.
A educadora física, Joceli Knebel, lesionou o joelho em setembro de 2020 durante uma aula de tênis. Após passar por avaliações médicas e exames, o médico responsável informou que o caso só seria solucionado com cirurgia.
Casada com um servidor público, Knebel é beneficiária do Sama. Ainda em 2020, ela conseguiu aprovação da auditoria e marcou a cirurgia para o final de novembro. No entanto, devido ao aumento do número de casos da Covid-19 na época, a falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o decreto baixado pelo Paraná suspendendo as cirurgia eletivas até final e janeiro de 2021, a cirurgia da educadora física foi desmarcada.
Durante esse período, a Prefeitura de Maringá realizou a troca de prestador de serviço do Sama. Após a retomada das cirurgias eletivas, Joceli Knebel iniciou novamente a procura para a realização da cirurgia. No entanto, ela diz que não consegue entrar em contato com a SudaMed para o agendamento médico.
“Eu já tentei ligar de fixo, em casa, já tentei ligar do meu celular e, como a maioria das pessoas, eu não consigo, só dá ocupado. Eu já estou tendo consequências. É a segunda vez que eu estou tendo tendinite, porque eu estou tendo sobrecarga no joelho e porque o meu joelho é meu instrumento de trabalho. Eu uso o joelho o dia inteiro demonstrando movimentos, correndo com algum aluno, fora que, como atleta, eu não posso correr. Eu não tenho previsão de quando eu vou poder voltar a correr.”
Reclamações como da Joceli Knebel são comuns no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar). Para o Maringá Post, o sindicato informou que os servidores reclamam sobre a impossibilidade de completar as ligações para o agendamento de consultas e a ausência de alguns profissionais para o atendimento de determinadas especialidades.
O Sismmar protocolou diversas cobranças na Prefeitura de Maringá exigindo melhores condições para os servidores. O sindicato cobra a ampliação da capacidade de atendimento pelo call center e a expansão da quantidade de profissionais que realizam os atendimentos especializados.
As reclamações chegaram na Câmara de Maringá e o vereador Paulo Biazon (PSL) convidou o diretor da SudaMed, Alexandre Discioli, e a administradora da empresa, Vera Maria Kissik Lemes, para prestarem esclarecimentos na sessão de terça-feira (9/2).
Durante a sessão, Vera Lemes disse que, após vencer a licitação do Sama, a empresa teria 90 dias para assumir os serviços estabelecidos pelo edital. No entanto, segundo ela, a pedido da Prefeitura de Maringá, a empresa assumiu o contrato no inicio de janeiro de 2021.
“Em decorrência do término do contrato do prestador anterior, que se encerraria no dia 9 de janeiro, e não havendo um acordo entre a prefeitura para que se prorrogasse esse contrato, foi solicitado que antecipasse esse atendimento para que o servidor não ficasse sem atendimento por esses 90 dias”, relatou a administradora da empresa vencedora.
A SudaMed disse que informou a prefeitura de que não teria condições para assumir todos os serviços antes do previsto. Na sessão, Vera Maria Kissik Lemes afirmou, por exemplo, que a sede da empresa e o sistema de implantação não foram finalizados, o que prejudicaria o atendimento. Ela também citou a falta de tempo para o treinamento dos funcionários.
O diretor da SudaMed, Alexandre Discioli, garantiu que a empresa tem se esforçado para cumprir todos os serviços da forma mais rápida possível. “A gente está fazendo de tudo, correndo contra o tempo para se adequar e atender o servidor da melhor forma.”
A SudaMed venceu a licitação para prestação de serviços de saúde aos servidores por meio do Sama com proposta de R$ 44,42 ao mês por beneficiário. O valor global foi de aproximadamente R$ 19 milhões ao ano, 45,79% menor do que a prefeitura estava disposta a pagar. O contrato contempla a prestação do serviço para 36 mil pessoas, o que inclui os servidores públicos efetivos, ativos, aposentados e pensionistas e dependentes.
O Maringá Post entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
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