Motoristas de ônibus decidem por recuar e suspender a greve no transporte coletivo por oito dias

A categoria reivindica a reposição da inflação na data-base – de 2,47% no acumulado de 12 meses, pelo INPC

  • No sexto dia de paralisação, os motoristas de ônibus das empresas Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) e Cidade Verde decidiram por recuar no enfrentamento e suspender a greve no transporte coletivo por oito dias.

    O movimento chegou a fazer uma paralisação em 100% das linhas urbanas na sexta-feira (18/9), mas a Justiça do Trabalho decidiu autorizar o uso da força policial para impedir o bloqueio da garagens das empresas e determinou que os manifestantes seguissem a determinação judicial de manter ao menos 70% da frota em circulação.

    No começo da tarde desta segunda-feira (21/9), os motoristas de ônibus avaliaram a situação do movimento e decidiram pela suspensão da paralisação parcial por oito dias.

    Os trabalhadores vão manter o estado de greve e podem retomar uma paralisação a qualquer momento.

    De acordo com o Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Maringá (Sintromar) a decisão de suspender a greve até a terça-feira (29/9) foi tomada com base em três motivos principais:

    • 1) A consulta da Prefeitura de Maringá ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), sobre a possibilidade de algum tipo de aporte em socorro ao transporte coletivo. Esse assunto foi discutido entre o Sinttromar e o prefeito Ulisses Maia (e equipe) na reunião de sexta (18).
    • 2) A decisão do Judiciário a respeito do dissídio coletivo, o que pode sair até sexta (25). Como não houve acordo na audiência de conciliação, no último dia 18, caberá ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) a decisão sobre o dissídio.
    • 3) O bom senso. Com a pausa na greve, o Sinttromar demonstra tanto ao Judiciário quanto ao Executivo (Prefeitura) o interesse pelo diálogo como meio de resolver um passivo criado pelas empresas, que se recusam inclusive a conceder a reposição da inflação.

    “O sindicato busca o diálogo, ao contrário das empresas, que não medem esforços para tirar os direitos dos trabalhadores e que tentam inviabilizar a greve na Justiça, por meio de liminares”, comenta Emerson Viana Silva, dirigente do Sinttromar.

    O movimento poderá ser retomado após o período de oito dias, caso um acordo não seja possível. A categoria reivindica a reposição da inflação na data-base – de 2,47% no acumulado de 12 meses, pelo INPC – e a manutenção de direitos, como o vale-alimentação e o pagamento da participação nos lucros e/ou resultados (PLR).

    Na avaliação do sindicato, a perda dos benefícios significaria menos comida na mesa das famílias dos funcionários da TCCC e Cidade Verde. Para o Sinttromar, as empresas almejam o achatamento salarial e o corte nos benefícios como meio de repassar para os trabalhadores prejuízos decorrentes da crise causada pelo novo coronavírus (Covid-19).

    Nos tempos de bonança, como lembra o presidente do sindicato, Ronaldo José da Silva, as empresas nunca se ofereceram para compartilhar os altos lucros.

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