Panfletos distribuídos pelos dirigentes do Sindicato dos Motoristas de Transporte Rodoviário de Maringá (Sinttromar) informam aos passageiros de ônibus urbanos e metropolitanos de Maringá que o transporte coletivo vai ser paralisado a partir da meia noite desta terça-feira (15/9).
A greve foi aprovada em assembleia da dos motoristas realizada na quarta-feira (9/9). De acordo com o presidente do Sinttromar, Ronaldo José da Silva, os funcionários pedem reajuste salarial, pagamento da segunda parcela da participação nos lucros e resultados e a renovação do acordo coletivo.
A data-base da categoria venceu em junho, mas até o momento não houve acordo sobre o reajuste. Segundo Silva, a empresa também informou que não vai pagar a segunda parcela da participação dos resultados, prevista para setembro.
“A empresa deixou claro que não vai pagar por causa [da pandemia] da Covid-19. A empresa diz que deixou de transportar a quantidade de passageiros que transportava, mas não podemos levar esse ônus para o trabalhador. O trabalhador já tem um ônus desde março, quando teve o salário reduzido em 50%”, diz o presidente do Sinttromar.
Após a assembleia, uma audiência chegou a ser realizada na Justiça do Trabalho, mas não houve acordo. Por meio de nota, as empresas Cidade Verde e Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) declararam “que o movimento paredista não tem o menor cabimento no atual momento sanitário e econômico”.
A argumentação das empresas é que a “redução de passageiros é brutal”. Segundo a TCCC e a Cidade Verde, a média do último trimestre em relação ao mesmo trimestre de 2019, apresentou uma queda de mais de 60%, o que impede a empresa de conceder qualquer reajuste salarial.
“Como é do conhecimento geral, o país vem atravessando uma grave crise de saúde pública aliada a uma crise econômica sem precedentes, com desemprego em massa, mostrando-se totalmente inadequada qualquer paralisação, a qual, se de fato vier a ocorrer, irá prejudicar ainda mais a população que necessita do transporte coletivo”, diz o comunicado.
Ao final do comunicado, as empresas informa que e a greve ocorrer, ela “acentuará ainda mais as dificuldades”.
Segundo o Sinttromar, a greve que se inicia nesta quata-feira vai obedecer a decisão da desembargadora Ilse Marcelina Bernardi Lora que, ao assegurar o direito de greve, determinou a manutenção de 70% do contingente de motoristas e cobradores em atividade.
O sindicato informa que também vão ser tomadas as medidas necessárias de prevenção ao novo coronavírus. As empresas haviam pedido judicialmente a circulação de 90% da frota e a proibição de atos de greve.
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