Simepar avalia que chance de nevar no Paraná é pequena. Fenômeno é mais provável nas serras gaúcha e catarinense

O alerta para a neve no Sul do Brasil foi divulgado pelo MetSul, instituto meteorológico do Rio Grande do Sul

  • O Simepar acompanha a formação da massa de ar polar que se aproxima da região Sul do País e avalia que o cenário no Estado não é favorável para a neve. A probabilidade maior é que o fenômeno atinja as serras gaúcha e catarinense e talvez cidades mais altas do Paraná, como Palmas, na região Sudoeste, mas em menor intensidade.

    Ainda assim, a previsão é de queda nas temperaturas a partir da quinta-feira (20/8), e o Simepar não descarta a possibilidade de geada em algumas regiões no fim de semana.

    A condição também é influenciada pela chuva, já que com o solo molhado, torna-se mais difícil a formação de gelo. A previsão pode ser acompanhada no serviço do Alerta Geada, disponível no site do Simepar.

    Um dos fatores que inibe a formação de neve são as chuvas constantes desde o último fim de semana. A condição ideal para a neve inclui temperaturas abaixo de zero e a formação de garoa. Como as precipitações nessa semana tendem a ficar em uma média de 15 milímetros a 20 milímetros, elas não colaboram com o fenômeno, esperado por alguns e temido por outros, principalmente pelos agricultores.

    “Há um pouco de sensacionalismo nas redes sociais, mas pela condição atual e a que se projeta para os próximos dias, é difícil que isso ocorra. As condições nesta semana não são favoráveis para a neve, a não ser em regiões mais altas, como em Palmas, mas as chances também são pequenas”, explica o meteorologista Marco Antonio Jusevicius, coordenador de Operação do Simepar.

    O alerta para a neve no Sul do Brasil foi divulgado pelo MetSul, instituto meteorológico do Rio Grande do Sul. Em comunicado divulgado nesta terça (18/8), o MetSul divulgou os pontos onde há maior chance de nevar e o frio polar vai se destacar, segundo o instituto, nas serras gaúcha e catarinense.

    No Paraná, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento acompanha com atenção a situação, já que a possibilidade de geada traz problemas para as lavouras, principalmente em culturas de inverno, como trigo e pastagens, a nas plantações de hortaliças e frutas.

    Por causa da estiagem que se estende há cerca de um ano, o clima na primeira quinzena de agosto já tinha sido ruim para o setor, explica o engenheiro agrônomo Hugo Godinho, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura.

    “Estamos acompanhando as previsões e torcendo para que o frio seja realmente menos intenso nos próximos dias”, diz.

    A produção de trigo é a que mais preocupa, porque a maior parte das plantas semeadas estão em processo de florescimento ou de enchimento dos grãos, fases mais suscetíveis à geada, perdendo o potencial produtivo. Quase dois terços da área plantada no Estado, que chega 1,13 milhão de hectares, estão nessas fases.

    Nas lavouras atuais, 14% do trigo que foi plantado estão em processo de maturação, com produtividade já garantida, e 23% em desenvolvimento vegetativo, que aguenta o frio mais intenso. “Pelo menos dois terços de toda a área cultivada são suscetíveis à geada, que pode levar boa parte da produção. Com relação ao trigo maduro, a preocupação é com as chuvas, que atrapalham as colheitas”, explica Godinho.

    Outra cultura que preocupa é a do feijão, cujo plantio inicia agora. Se a geada matar o que já está germinando, será necessário replantar a leguminosa. A boa notícia é que apenas 1% das lavouras de feijão começou a ser plantada.

    Nas áreas cultivadas de milho que ainda estão em maturação – que são minoria, já que 67% da área plantada neste período já foram colhidas –podem ser afetadas caso haja geada.

    Já na fruticultura e na produção de hortaliças, também suscetíveis ao frio intenso, algumas medidas podem mitigar as perdas.

    “Nesses casos, é possível cobrir ou irrigar as plantas antes da geada. A irrigação possibilita a formação de uma camada de gelo que não faz com que o tecido morra. Pode ter alguma queima, mas não perde tudo. E a plastificação também é recomendada”, orienta o agrônomo.

     

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