Sindicatos realizam na sexta-feira (7/8) uma carreata em Maringá contra a volta às aulas presenciais. Entidades ligadas à educação afirmam que, com o número atual de casos e mortes de Covid-19 no Paraná, não há como discutir o retorno das aulas. Na semana passada, o governo estadual apresentou um plano para retomada das atividades e anunciou possível retorno em setembro.
Com o lema “Escolas Fechadas, Vidas Preservadas”, a carreata começará às 11h30 com a concentração no antigo Aeroporto de Maringá, na Zona 8. Por volta do meio-dia, a carreata vai sair pelas principais ruas e avenidas da cidade. Na sexta-feira, centrais sindicais marcaram protestos em todo o país como parte do “Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos”.
Em Maringá, a manifestação é organizada de maneira conjunta pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), a APP-Sindicato, que representa servidores estaduais da educação, a Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), a Coordenação Sindical Trabalhista de Maringá e Região (CST-Maringá) e outras entidades.
Pais e responsáveis dos alunos também são convidados. A orientação das entidades é que os participantes não reúnam mais de três pessoas em cada carro, principalmente de casas diferentes.
Para a presidente do Sismmar, Priscila Guedes, enquanto o número de casos e mortes não começar a cair, não existe possibilidade de discutir o retorno das aulas presenciais. Pelo cenário atual, ela diz acreditar que não há como retomar as atividades presenciais neste ano. “É um ano atípico e vivemos uma pandemia. Temos que pensar que vidas não se recuperam, mas o ano letivo nós conseguimos recuperar.”
Na quarta-feira (5/8), o Paraná registrou 2.569 novas confirmações e 35 mortes em decorrência do coronavírus. Dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados pelo portal G1 mostram variação de 17% na média móvel de mortes e 14% na média móvel de casos no Paraná. Variação acima de 15% pode ser considerada como alta.
“Mesmo com a crescente do número de mortes de infectados o Estado quer, de maneira irresponsável e inconsequente, voltar às aulas presenciais. Por mais que as escolas particulares estejam fazendo esforços para readequarem os prédios, o município e o Estado não conseguem fazer essas mudanças para garantir o espaçamento físico”, afirma a presidente do Sismmar.
Segundo Priscila Guedes, na rede municipal as dificuldades para o retorno das atividades presenciais são ainda maiores. “Nosso público de alunos na rede municipal é de 4 a 12 anos. Lidar com essa faixa etária é muito difícil, para conseguir convencer os alunos a ficarem o tempo todo de máscara e a não se tocarem.”
Em entrevista à rádio CBN Maringá, o prefeito Ulisses Maia (PSD) afirmou que a retomada das aulas presenciais na rede municipal vai depender do Governo do Estado. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) lançou na quarta-feira (5/8) uma pesquisa online para ouvir pais, responsáveis de alunos e profissionais da rede de estadual de educação sobre o retorno às aulas.
A pesquisa será encaminha aos pais e profissionais por email. Os pais também devem receber o link por mensagem de texto. O questionário ficará disponível até terça-feira (11/8) e o resultado será divulgado na sexta-feira (14/8).
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