Professores e alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) começaram nesta quinta-feira (16/7) um movimento nas redes sociais em apoio ao ensino remoto. O assunto é complexo e divide a universidade. Na quarta-feira (15/7), estudantes protestaram contra a implementação das aulas remotas nos cursos de graduação.
A decisão sobre o assunto ficou para a próxima semana. Na quarta-feira, durante a reunião do Conselho de de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP), que discutia o assunto, um dos conselheiros pediu vista. A implementação do ensino remoto volta a ser discutida na próxima quarta-feira (22/7).
Nas redes sociais, imagens com a frase “Sou favorável ao ensino remoto neste momento” foram compartilhadas por professores e alunos. O movimento ganhou apoio, por exemplo, da superintendente do Hospital Universitário de Maringá, Elisabete Mitiko Kobayashi, da professora do Departamento de Ciências Sociais e Coordenadora do Observatório das Metrópoles de Maringá, Ana Lúcia Rodrigues, e do historiador e professor da UEM, Reginaldo Benedito Dias.
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O relator da matéria no CEP, José Ricardo Penteado Falco, explicou que a proposta é flexível para os departamentos e alunos. Segundo ele, a proposta permite que conteúdos teóricos e práticos possam ser ofertados de forma remota, como prevê o parecer nº 9/2020 do Conselho Nacional de Educação (CNE). No entanto, departamentos e coordenações de cursos terão autonomia para escolher quais conteúdos serão ofertados.
De acordo com Falco, para os estudantes, a proposta garante equipamentos, materiais digitais como livros e acesso a banda larga. Os acadêmicos também podem escolher não participar das atividades remotas e retomar a graduação presencialmente após a pandemia, sem nenhum prejuízo para o tempo de integralização curricular.
Pela proposta, as aulas seriam retomadas em 3 de agosto. O relator da matéria no CEP explicou que as duas primeiras semanas serão destinadas para ambientação das plataformas.
Para José Ricardo Penteado Falco, a retomada das atividades de forma remota é uma maneira de avançar com as atividades de ensino durante a pandemia. Segundo ele, a falta de contato dos alunos com as disciplinas do curso, por um longo período, pode trazer prejuízos para a formação do estudante.
“Muitos alegam sobre a precarização, mas não há ensino mais precarizado do que aquele que não é realizado. É um medida emergencial, temporária e que não foi imposta pelo governo ou pela sociedade. É uma medida temporária e emergencial que os conselheiros da Câmara de Graduação, até o momento, aprovaram para realização, com base em pesquisas realizadas com docentes e alunos”, afirmou Falco.
Os estudantes contrários a implantação do ensino remoto afirmam que a modalidade de ensino é falha e não proporciona espaço para debate. Em entrevista ao Maringá Post na quarta-feira, o presidente do Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo e conselheiro suplente do CEP, Silas Petris Capuano, disse que a instituição deveria dar mais respaldo às dificuldades sociais dos estudantes.
“Mesmo resolvendo a parte de equipamentos a universidade não leva em consideração as mudanças na própria estrutura familiar dos estudantes, nem a saúde física e mental deles”, afirmou. Silas Capuano destacou que a UEM não está parada, apenas o ensino está paralisado, mas as atividades de pesquisa e extensão seguem normalmente.
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