Mercado editorial em Maringá despenca durante pandemia. Editora perdeu 85% das publicações

  • Diversos setores foram atingidos pela crise econômica provocado pela pandemia do novo coronavírus. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o mercado editorial se prepara para a maior crise da história. Em Maringá, a situação não é diferente. A editora independente maringaense, A.R. Publisher Editora, enfrentou no final de março uma queda de 85% nas publicações do semestre.

    “Nos estávamos com 33 livros para editar em fevereiro, com o início da quarentena sete deles desistiram na mesma semana. Nas semanas seguintes o índice de desistência se manteve. Ficamos com 13 clientes, mas até agora só cinco seguiram”, conta a editora-chefe, Angela Ramalho.

    Possivelmente, a editora deve acabar o semestre com apenas cinco publicações. Segundo Angela, como a Publisher começou o ano com 33 projetos, a expectativa era de publicar 40 livros só neste semestre.

    “Até lá para dezembro a gente calculava que editaríamos uns cem livros. Eu tenho autor que está esperando entrar dinheiro, tenho autor que iria fazer cem livros e agora vai fazer 30. Tenho também autor que tinha dado uma entrada e agora parou o projeto, que depois da crise ele daria o resto para continuar, e por ai vai” explica Angela.

    Como a editora precisa de dinheiro para pagar as contas, Angela conta que teve que remanejar a fila de espera. “Tinha pessoas que estavam na vez da edição mas não tinha dinheiro, então eu fui antecipando daqueles que tinham situação de pagar, independentemente da situação.”

    Luiz Renato Vicente, autor do blog Universo Particular, no Maringá Post, também adiou o lançamento do livro que faria com a Publisher. “Pandemia e crise financeira”, justifica o autor que conta com ajuda de um patrocinador.

    Sem previsão para ser lançado no mercado editorial, “Da cor da tempestade” é o primeiro livro de Vicente. Ao longo das, aproximadas, 120 paginas, o autor trabalha uma série de microcontos da vida real.

    Diferentemente da Publisher Editora, a Editora da Universidade Estadual de Maringá (Eduem), que é uma empresa pública, manteve o mesmo fluxo editorial, tanto para artigos quanto para os livros. Segundo a editora-chefe, Larissa Michelle Lara, a editora recebe em média dois livros por semana.

    “A publicação pela editora demora um pouco mais. As obras chegam, passam por uma avaliação da editora, depois por um conselho editorial, e após serem aprovadas, ainda seguem para dois pareceristas externos”, explica a editora-chefe sobre os trâmites da publicação.

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