Proibição de aulas de natação desagrada proprietários de academias em Maringá

Proibição das aulas de natação era uma das exigências estabelecidas em uma portaria da Secretaria de Saúde que não chegou a ser publicada

  • A Prefeitura de Maringá divulgou na tarde de quinta-feira (14/5) o texto da portaria que estabelece as regras para o funcionamento de academias de ginástica e de condomínios a partir de segunda-feira (18/5). No entanto, o texto não foi publicado no Órgão Oficial do Município, o que significa que a portaria ainda não está em vigor.

    A assessoria de imprensa da prefeitura explicou que a portaria não foi publicada porque estava sem algumas informações, como o horário de funcionamento dos estabelecimentos. Segundo a assessoria, as regras para funcionamento das academias devem ser publicadas ainda nesta sexta-feira (15/5).

    No entanto, proprietários de academias esperam que o município altere exigências estabelecidas no texto inicial da portaria. Os proprietários reclamam da proibição das aulas de natação. Eles também desejam que a portaria não proíba a entrada de menores de 16 anos e maiores de 60 anos.

    Após a divulgação do texto da portaria, proprietários de academias foram à Prefeitura de Maringá no começo da noite de quinta-feira. Segundo a proprietária de uma academia de natação na cidade, Karina Miyaki da Silveria, eles foram informados pelo Chefe de Gabinete do Prefeito, Domingos Trevizan, de que a portaria não seria publicada e o município pretendia avaliar a proibição das aulas de natação.

    “As escolas de natação, uma das atividades mais seguras para retorno, foram excluídas da portaria. O contágio do vírus não acontece [nas piscinas] pelo tratamento da água, pela dosagem da quantidade de cloro, tanto que é recomendado para que as pessoas lavem as mãos com água e sabão contra o vírus e que o cloro elimina a possibilidade de disseminação do vírus”, afirma Karina da Silveria.

    Segundo relatório feito pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha e divulgado pelo jornal El País, a infecção pelo coronavírus por meio do contato com a água em condições padrões para o banho é muito pouco provável. No entanto, pesquisadores alteraram que o risco está na aglomeração de pessoas.

    De acordo com Karina da Silveria, os proprietários das academias apresentaram à prefeitura um plano com medidas para reduzir o número de alunos por horário e evitar aglomerações.

    Outra exigência da portaria questionada pelas academias é a proibição da entrada de pessoas com mais de 60 anos e menores de 16 anos. Para Karina da Silveria, a idade não deve ser um limitador, já que a atividade física pode contribuir para fortalecer a imunidade.

    “Na questão da idade, nós sugerimos que fosse avaliada a questão das comorbidades, que trazem muito mais riscos do que a idade. Hoje quem é uma pessoa ativa na atividade física com 60 anos às vezes está mais saudável do que um sedentário”, diz Karina da Silveria.

    As academias estão fechadas em Maringá desde 20 de março, quando a prefeitura decretou estado de emergência na cidade. Na sexta-feira (8/5), decreto municipal autorizou o funcionamento das academias a partir do dia 18 de maio. O decreto estabelece que as exigências para a oferta do serviço devem ser estabelecidas por meio de portaria da Secretaria de Saúde.

    O Maringá Post entrou em contato com o secretário de Saúde, Jair Biatto, para comentar a publicação da portaria, mas não obteve retorno.

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