Maringá registrou 45 casos de caxumba no mês de setembro de 2019. O número é três vezes superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 15 casos. O aumento repentino tem provocado alvoroço nas redes sociais, principalmente por conta de uma grande festa universitária que vai ser realizada no fim de semana (5/9).
Com a aproximação do JOIA, evento que proporciona integração por meio do esporte entre as diversas atléticas, entidades responsáveis em promover e coordenar a parte esportiva de cada curso ou centro acadêmico das faculdades de Maringá, começaram a circular nas redes sociais a notícia de um possível surto de caxumba em Maringá.
A Secretaria de Saúde do município afirma não haver surto no município e critica a divulgação de informações sobre a doença sem embasamento. “Essas coisas são espalhadas de uma forma nada saudável e podem trazer problemas sérios e assustar a população. As pessoas já estão assustadas com o sarampo“, diz a responsável pela equipe de Vigilância Epidemiológica, Jussara Cavalcante de Souza Titato.
Ao contrario do que dizem os tweets, a situação de Maringá em relação a caxumba é melhor do que a registrada no ano passado. Segundo dados divulgados pelo setor de epidemiologia da Secretaria de Saúde, até setembro de 2019 o número de casos registrados na cidade é 53% menor do que em 2018.
Sobre o aumento repentino de casos em setembro, Jussara explica que “toda mudança de temperatura brusca sujeita o surgimento de doenças. Sabemos que estamos em uma fase de transição, isso acontece. Tem caxumba o ano todo”. Para se prevenir da doença a especialista ainda diz que a única maneira é a vacinação.
A vacina que as pessoas devem tomar é a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A recomendação é a mesma para o controle do sarampo. A população que não tenha duas doses da vacina tríplice, tomadas após um ano de idade, deve comparecer a um posto de vacinação para fazer a atualização da carteirinha de vacinação.
Mesmo com as duas doses da vacina, existe a possibilidade de contrair o vírus. Entretanto, a especialista afirma que a doença vai ser mais amena do que nas pessoas que não tomaram as duas doses.
Nas redes sociais, além da falsa divulgação de um surto em Maringá, a possibilidade de propagação da doença é tratada com ironia e brincadeiras.
Print de tweet que menciona caxumba em Maringá
Até o fechamento dessa reportagem os quatro tweets mais famosos sobre caxumba na cidade marcaram 332 retweets [compartilhamento] e 1.047 curtidas.
Saiba mais sobre a caxumba
A caxumba é uma doença viral aguda e é caracterizada por febre e aumento no volume de uma ou mais glândulas salivares. Geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares.
Em até 30% dos homens adultos pode ocorrer a orquiepididimite, que é quando a doença envolve os testículos. Em 5% das mulheres, pode ocorrer ooforite, envolvendo o ovário. Aproximadamente 1/3 das infecções pode não apresentar aumento clinicamente aparente da glândulas.
A doença pode ser transmitida por via aérea, através disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. O vírus pode ficar incubado de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias.
O período de transmissibilidade varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus ainda pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença.
Comentários estão fechados.