O impasse na autorização do Governo do Paraná para a renovação dos contratos de 104 professores temporários da Universidade Estadual de Maringá (UEM) levou a Arquidiocese de Maringá a divulgar uma nota em defesa da instituição maringaense na tarde desta quinta-feira (25/7).
Assinada pelo arcebispo Dom Anuar Battisti, a nota é uma manifestação de “solidariedade e apoio aos servidores docentes e técnicos da UEM, em greve desde o dia 26 de junho de 2019, por considerar justas as reivindicações em pauta.”
A manifestação de apoio detalha cinco questões, entre elas a liberação das horas para a renovação dos contratos dos 104 professores temporários.
- 1. Respeito à data-base com a reposição das perdas salariais consumidas pela inflação;
- 2. Nomeação de professores e técnicos aprovados em concursos e a realização de novos concursos;
- 3. Renovação dos contratos com os professores temporários – liberação das horas para contratação;
- 4. Maior envolvimento da sociedade na discussão da Lei Geral das Universidades (LGU);
- 5. Revisão dos cortes de recursos orçamentários prejudiciais ao atendimento da universidade à comunidade em geral, como exemplo o Hospital Universitário (HU) e o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac).
Outra iniciativa tomada com o objetivo de sensibilizar o Governo do Paraná em relação às universidades é uma petição eletrônica. Até as 17h30 desta quinta-feira (25/7) havia pouco mais de 7,7 mil assinaturas, de uma meta de 10 mil adesões.
A petição eletrônica trata da defesa das questões da UEM e das outras universidades paranaenses que passam por problemas semelhantes à instituição de Maringá. Para ver a petição eletrônica e aderir ao documento, basta acessar aqui.
Após reunião, reitores acreditam em negociação
A UEM informou no final da tarde desta quinta-feira (25/7) que foi realizada uma reunião dos reitores das universidades paranaenses com o superintendente estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Bona, nesta quarta-feira (24/7), em Curitiba. O ponto principal da discussão foi a renovação dos contratos dos professores temporários.
O reitor da UEM, Julio César Damasceno, alegou que “há grave defasagem de servidores, porque desde 2014 não há autorização de concurso público para reposição na universidade, e o resultado tem sido o quantitativo de horas extras”. Foram R$ 7,5 milhões em 2019, o que é questionado pelo Governo do Paraná.
Ainda de acordo com o professor, as horas extras são pagas especialmente para técnicos dos hospitais universitários, que recebem salários muito abaixo do teto constitucional.
O reitor também comprovou para Bona que o custo da folha de pagamento da UEM sofreu uma queda sensível neste ano. A redução de janeiro a junho, segundo Damasceno, é de R$ 26 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.
Na reunião de ontem também estiveram presentes: Reinhold Stephanes, secretário da Administração e da Previdência, e o deputado estadual Tercilio Turini, segundo vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
A manutenção de vários cursos da universidade depende da autorização das 18 mil horas e da renovação dos contratos de 104 dos 453 professores temporários da UEM, que vencem na quarta-feira (31/7).
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