Nesta sexta-feira (14/6) trabalhadores de todo o país protestam contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Em Maringá, pelo menos seis sindicatos estão convocando trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos para a greve geral. Segundo os sindicatos, não haverá aulas em algumas escolas estaduais e municipais. O transporte coletivo também não deve funcionar por um período do dia.
Durante todo o dia, os trabalhadores vão se mobilizar na Praça Raposo Tavares. A concentração começa às 8h com a distribuição de panfletos explicando pontos da reforma. Às 10h, vai ocorrer uma celebração ecumênica com a presença de líderes de diferentes religiões. Após a celebração, os trabalhadores saem em passeata pela Avenida Brasil.
No período da tarde, a partir das 13h30, haverá aula pública para tirar dúvidas dos trabalhadores sobre a reforma da previdência.
O Sindicato dos Trabalhadores em Veículos Rodoviários de Maringá (Sinttromar), que representa os motoristas do transporte coletivo, participa da mobilização. O presidente do Sinttromar, Ronaldo José da Silva, disse que ainda discute com outros sindicatos qual horário a categoria deve paralisar. Segundo ele, o mais provável é que os motoristas do transporte coletivo paralisem as atividades no período da manhã.
O Sindicato dos Servidores Públicos de Maringá (Sismmar) também mobiliza os trabalhadores de todas as áreas do município para participarem da greve geral. A presidente do Sismmar, Iraídes Baptistoni, disse que a mobilização deve ser maior na educação. De acordo com ela, algumas escolas da rede municipal não vão funcionar na sexta-feira, mas o sindicato ainda não sabe estimar quais.
“A educação está bem propensa a parar, porque as mulheres vão ser as mais prejudicadas com essa reforma, principalmente as mulheres da educação. Com essa proposta, vai acabar a aposentadoria especial para os professores que terão que trabalhar até os 60 anos e contribuir por 40 anos”, afirmou Iraídes Baptistoni.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá informou nesta quarta-feira (12/6) que não tinha nenhuma informação sobre a paralisação dos servidores municipais, mas que vai divulgar comunicado o mais breve possível. Sobre o transporte coletivo, a assessoria afirmou que tem conhecimento da paralisação, mas ainda não sabe dizer em qual horário o serviço não vai funcionar.
Servidores estaduais também reivindicam recomposição salarial
Servidores estaduais também vão aderir à greve geral. Além de contrários à reforma da Previdência, os funcionários do Governo do Paraná reivindicam o pagamento da data-base, já que os servidores estão sem recomposição salarial há quatro anos.
O governador Ratinho Junior (PSD) ainda não definiu se vai conceder o reajuste nesse ano, mas já declarou que é preciso avaliar a arrecadação do estado. Os sindicatos dos servidores estaduais ameaçam greve por tempo indeterminado a partir de 25 de junho.
Os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar) e a Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem) paralisam as atividades na sexta-feira. O Sinteemar também marcou uma assembleia para o dia 18 de junho em que será votada a possibilidade dos servidores entrarem em greve por tempo indeterminado.
Por meio da assessoria de imprensa, a reitoria da UEM informou que vai manter calendário acadêmico na sexta-feira. A reitoria também disse que respeita a decisão do sindicato e individual de cada servidor de participar da mobilização.
Os professores e funcionários de colégios estaduais ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP-Sindicato) também participam da greve geral. De acordo com o dirigente da APP-Sindicato em Maringá, Fábio de Oliveira Cardoso, a expectativa é que pelo menos 80% paralisem as atividades na sexta-feira. Em algumas escolas não deve ter aula, mas o sindicato não soube estimar quais.
Além da posição contrária a reforma da previdência e da reivindicação por recomposição salarial, os servidores da rede estadual de ensino protestam contra a forma que a Secretaria Estadual de Educação (Seed) tem feito os encaminhamentos pedagógicos.
Segundo Fábio Cardoso, o problema ocorreu com a Prova Paraná que foi aplicada nesta terça-feira (11/6) para os alunos da rede estadual. “A prova veio com muitos erros e ficou uma situação constrangedora aplicar a prova e ter que explicar para o aluno no quadro o que estava errado em uma prova feita pela Seed”. De acordo com a APP-Sindicato, das 20 questões de português da prova, 11 apresentavam erros.
O Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá informou nesta quarta-feira (12/6) que ainda não havia sido notificado oficialmente sobre a paralisação dos professores e servidores, mas afirmou que o calendário escolar está mantido. Por meio de nota, a Seed lamentou que os cadernos da Prova Paraná tenham sido impressos com erros e disse que aplicará regras mais rigorosas de revisão para a realização das próximas edições da prova.
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