Sindicatos e outros grupos ligados aos movimentos sociais organizam protesto contra a reforma da previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) nesta sexta-feira (8/3) em Maringá. A manifestação vai ocorrer em frente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Avenida XV de Novembro, a partir das 9h, e também lembra a luta pela igualdade feminina no Dia Internacional da Mulher.
Em todo o Brasil, também foram marcados atos contra a reforma da previdência. O texto que altera as regras da aposentadoria é a principal aposta da equipe econômica de Bolsonaro para ajustar as contas públicas no país. Entre as mudanças, a idade mínima passa a 62 anos para mulheres e 65 para homens. Os beneficiários também vão ter que contribuir por no mínimo 20 anos para se aposentar. Atualmente, são 15 anos.
Segundo a professora e coordenadora da ONG Maria do Ingá – Direitos da Mulher, Tânia Tait, os grupos sociais decidiram unir o protesto contra a reforma da previdência com os atos do Dia Internacional da Mulher por acreditarem que as mulheres serão afetadas de forma negativa pela proposta do governo.
“Além de aumentar o número de anos trabalhados, a reforma não leva em conta que elas são as que mais saem do mercado de trabalho durante a vida produtiva para cuidar dos filhos e da família. Como as mulheres não conseguem tem um grande período de produtividade, isso faz com que o tempo de contribuição seja menor”, afirmou Tânia.
Outro ponto levantado pela coordenadora da ONG Maria do Ingá é o trecho da proposta que reduz o valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago aos idosos mais pobres de R$ 998 para R$ 400. Hoje, o BPC é pago para idosos a partir dos 65 anos, mas com a proposta passaria a 60 anos e chegaria ao valor de um salário mínimo apenas para quem tivesse 70 anos.
Pela proposta, só receberão o benefício os idosos que comprovem miserabilidade e que não tenham patrimônio superior a R$ 98 mil. “A maioria das pessoas que recebe esse auxílio são mulheres que ficaram de fora do mercado de trabalho e quando chegam na velhice ficam em situação de vulnerabilidade”, disse Tânia Tait.
O protesto é organizado pelo Fórum Maringaense de Mulheres, Marcha Mundial de Mulheres, Frente Brasil Popular e a Frente Ampla Democrática. Algumas entidades maringaenses como o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, a ONG Maria do Ingá – Direitos da Mulher e o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) também manifestaram apoio ao ato.
Para ser aprovada, a reforma na Previdência precisa dos votos de pelo menos 308 deputados em dois turnos antes de seguir para o Senado. Antes do texto final do governo chegar na Câmara, o Maringá Post procurou os deputados federais eleitos por Maringá para saber o posicionamento de cada um deles sobre a reforma.
Na ocasião, os deputados Ricardo Barros (PP), Sargento Fahur (PSD) e Luiz Nishimori (PR) afirmaram que são favoráveis a mudanças nas regras previdenciárias, mas que tudo iria depender do teor da proposta do governo. Enio Verri (PT) disse ser contra.
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