A análise das imagens do circuito de segurança do ônibus do transporte coletivo fez a Polícia Civil e a empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) descartarem o suposto caso de assédio denunciado nas redes sociais em Maringá por uma passageira.
Ao ser questionado no Twitter sobre o episódio, com base apenas no relato da passageira, o prefeito Ulisses Maia teve uma resposta enérgica na rede social. Chegou a afirmar que poderia mandar o motorista para a cadeia.
Em reportagem, o Maringá Post mostrou que a Delegacia da Mulher não aceitou fazer o registro do Boletim de Ocorrência, já que a história da suposta vítima, também relatada em reportagem não configuraria crime. Decisão motivou crítica do Centro de Referência à Mulher (Cram).
Diante da repercussão, o motorista envolvido no caso decidiu procurar o setor de Recursos Humanos da TCCC para esclarecer os fatos. Ele confirmou os horários que levou a usuária do transporte coletivo e qual veículo foi usado, o que permitiu a identificação do registro das imagens da câmera de segurança do ônibus.
Nesta terça-feira (19/2), em nota conjunta assinada pelo gestor de RH da TCCC, Walter Cirino, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Maringá, Sinttromar, Ronaldo José da Silva e a Delegacia da Mulher,
A nota destaca que após a análise das imagens foi constatado que “não houve nenhuma prática de ilícito penal por parte do motorista que demandasse o registro da ocorrência junto aos órgãos policiais, tendo a Delegacia da Mulher agido dentro da legalidade e com a cautela que tais relatos exigem.”
A “empresa TCCC, por sua vez, orienta todos os seus motoristas para que não deixem nenhum passageiro em situação de risco, especialmente mulheres, crianças e idosos. E esclarece que esta foi a conduta adotada pelo motorista em questão”.
A empresa também informou que para evitar desconforto aos passageiros, as denúncias são sempre investigadas e se há a constatação de qualquer ato irregular, o motorista é afastado da função. A TCCC também ressaltou que realiza treinamentos de condutas junto aos motoristas.
A nota também destaca que “ao se dizer que o fato ora apresentado não é crime, não está dizendo que todo e qualquer fato que ocorra em transportes públicos assim o serão. Cada caso deve ser analisado para que se possa chegar a uma conclusão.”
A Delegacia da Mulher também reforçou que em “momento algum desincentiva vítimas a registrarem Boletins de Ocorrência e trata todos os casos com seriedade, repudiando qualquer ato de violência e abuso praticado contra mulheres.”
Por fim, o sindicato, a empresa e a Delegacia da Mulher alerta sobre “o cuidado que as pessoas devem ter com postagens nas redes sociais para que não haja julgamentos antecipados e propagação de ódio em face dos envolvidos (principalmente quando estamos diante de delitos sexuais). Falas descuidadas podem custar vidas”, finalizam.
Segue abaixo o vídeo na íntegra do caso que motivou a denúncia nas redes sociais. Os trechos onde há conversas entre o motorista e a mulher suposta vítima de abuso foram deixados em colorido, para facilitar o entendimento. As imagens também batem com o que foi relatado pela mulher ao Maringá Post.
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