Fechado desde 2005, o Hotel Bandeirantes não será transformado em museu, como anunciado no final do ano passado pela ex-governadora Cida Borghetti (PP). O governador Ratinho Junior revogou os decretos que declaravam o prédio de utilidade pública e liberavam R$ 23 milhões do orçamento da Secretaria Estadual de Cultura para a desapropriação do imóvel.
O prédio que já hospedou autoridades, artistas e viajantes deve continuar fechado. Apesar do município também ter publicado, em 2017, um decreto que declarava o prédio como de utilidade pública, ainda não há nenhuma previsão ou projeto em andamento para o local. “Está na nossa pauta, mas não é prioridade nesse momento porque temos outros projetos em curso”, disse o secretário de Cultura, Miguel Fernando.
Para o secretário, a revogação do decreto publicado no apagar das luzes do governo Cida Borghetti já era esperada. Segundo ele, não houve nenhum diálogo com o município e não há interesse da prefeitura em transformar o local em um museu.
“O nosso interesse é ocupar o espaço como um equipamento cultural ou até mesmo como extensão da prefeitura. Nós já temos planejamento de instalarmos um museu no prédio do antigo aeroporto e outro no Cine Teatro Plaza”, afirmou Miguel Fernando.
No governo de Ratinho Junior, a Secretaria Estadual de Cultura foi rebaixada ao status de superintendência e está vinculada à Secretaria Estadual de Comunicação. Na próxima semana, Miguel Fernando disse que tem uma reunião marcada com a superintendente da pasta, Luciana Casagrande Pereira, para tratar de outros assuntos relacionados ao município, mas também vai abordar a revogação do decreto.
Em nota, a assessoria do Governo do Estado afirmou que a revogação do decreto faz parte de um trabalho da atual administração de “rever atos da gestão anterior que não tenham suporte administrativo adequado e/ou orçamentário”. A assessoria disse ainda que não havia recursos indicados na Lei Orçamentária Anual (LOA) para preservação da estrutura e nem plano de trabalho para a utilização e gestão do prédio.
Prédio foi construído na década de 50
Chamado inicialmente de Grande Hotel Maringá, o Hotel Bandeirantes começou a ser construído em 1951 e a obra foi concluída quatro anos depois. Localizado na Praça Renato Celidônio, o hotel ainda preserva histórias do século passado.
O prédio que já foi um dos mais imponentes do norte do Paraná é composto por três pavimentos e vários blocos que formam pátios internos. O hotel tem seis mil metros quadrados, 66 suítes e 30 vagas de estacionamento.
No primeiro bloco, instalado na frente da Praça, funcionava o térreo, a recepção, o restaurante, o bar e salões para pequenos eventos, além da cozinha. Os apartamentos estão no segundo e terceiro pavimentos de cada bloco.
Após o tombamento, o proprietário optou por fechar o estabelecimento, não permitindo a entrada de pessoas no prédio
O que diz a ex-governadora
Por meio de nota, “a ex-governadora Cida Borghetti afirma que a sociedade maringaense tem interesse na manutenção dos decretos assinados para o início da desapropriação do Hotel Bandeirantes.
Segundo ela, o objetivo é transformar o histórico prédio de características modernistas, construído na década de 50 e que está fechado há anos, em um museu gerando empregos e oportunidades.
Um local onde os visitantes poderão vivenciar a história da urbanização e do desenvolvimento das regiões Norte e Noroeste do Estado. Cida Borghetti disse ainda estar confiante na reversão da revogação dos decretos”.
- Reportagem atualizada às 19h25 desta quinta-feira (17/1) com a inclusão da nota da ex-governadora Cida Borghetti.
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