Rapazes com suspeita de leptospirose em Maringá nadaram em cachoeira do Bosque 2. Acesso ao local é proibido

  • Quatro jovens internados, com suspeita de terem contraído leptospirose em Maringá, confirmaram à Vigilância em Saúde que tomaram banho na cachoeira do Bosque 2. A doença é transmitida principalmente pela urina de rato presente em galerias pluviais e redes de esgoto. As internações foram no fim de dezembro de 2018 e dois deles tiveram alta. Os outros continuam internados, mas não correm o risco de morrer.

    A cachoeira do Bosque 2 fica em uma área de preservação ambiental e não é aberta à população. Mesmo assim, fotos e vídeos de pessoas que vão até o local – que não tem fácil acesso – como forma de lazer, se multiplicam na internet. Segundo a gerente de Epidemiologia de Maringá, Jussara Titato, os rapazes que ficaram doentes não são amigos e não estiveram no local juntos.

    “Nós estamos em um período chuvoso e não sabemos se há algum tipo de esgoto que cai nas águas dessa cachoeira, então fica o alerta em relação ao perigo de ir até o local”, ressalta Titato. Ela explica que quem vai até o local e não entra na água também pode ser contaminado já que o contato com a lama que fica ao redor da cachoeira é suficiente para a infecção pela doença.

    A leptospirose é transmitida por uma bactéria chamada ‘leptospira’, presente na urina de ratos e outros animais. A contaminação ocorre geralmente pelo contato com água e solo contaminados. “Mesmo através de uma pele íntegra a bactéria consegue entrar no organismo, isso depende de quanto tempo durou o contato”, diz a gerente.

    Em 2018, Maringá registrou 16 casos suspeitos de leptospirose, um foi confirmado. Já em 2017, foram 24 casos suspeitos e quatro confirmados. “Nossa cidade tem saneamento básico, que é determinante para reduzir o contágio da população. Acabam pegando a doença só mesmo aquelas pessoas que se submetem ao contato com água e lama sujas. Quem trabalha em esgotos, por exemplo, tem equipamento adequado para isso”, diz.

    A leptospirose é uma doença curável, mas pode agravar e causar insuficiência renal. O diagnóstico é difícil, a doença só é confirmada após exame de sangue. Os primeiros sintomas são parecidos com os de outras doenças como febre, dor de cabeça, dores no corpo, vômitos, diarreia e tosse. Sentir dores na panturrilha pode indicar a doença. Em casos mais graves, a pele e os olhos podem ficar amarelados.

    O tratamento é feito com antibióticos e pode exigir internação. Um alerta para atenção maior em casos de leptospirose foi emitido para todas Unidades Básicas de Saúde pública e para a rede particular do município. Os exames que confirmarão se os rapazes adquiriram mesmo a leptospirose ficarão prontos nos próximos dias. “Vale lembrar que a cachoeira oferece riscos para a os visitantes pela doença e pela falta de segurança do local”, conclui a gerente.

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