Depois de ler a reportagem do Maringá Post sobre o caso do garoto de 13 anos que foi agredido por colegas mais velhos dentro do colégio onde estuda, outra mãe decidiu procurar o portal e relatar situação semelhante pela qual passou o filho de 10 anos. Ela pediu que não tivesse o nome nem o local onde vive citados, mas contou que a agressão aconteceu dentro do condomínio onde mora.
Assim como na primeira reportagem, as agressões foram registradas em vídeo. As câmeras de segurança mostram o momento em que um adolescente arrasta o menino por uma quadra esportiva puxando-o pela cueca. Os agressores fazem a vítima se levantar e continuam puxando a roupa. O vídeo mostra ainda que os adolescentes fazem chacota com o menino, depois o derrubam no chão novamente e mais uma vez puxam a cueca.
O garoto então consegue se desvencilhar dos agressores e enquanto eles partem para cima de outro menino que também estava na quadra, a vítima corre e sai do local. O registro das câmeras mostram que são três agressores maiores que a vítima. Segundo a mãe, são jovens de 16 anos e moram no mesmo condomínio. Veja as imagens:
“Meu filho ficou com medo de sofrer novas agressões e não me contou nada. Só quando fui lavar a roupa e vi a cueca rasgada é que fui saber o que tinha ocorrido”, relata a mãe. Indignada, ela começou uma peregrinação em busca de justiça. Primeiro procurou o síndico, que auxiliou no repasse das imagens do sistema interno de segurança mas que não quis qualquer outro envolvimento com o caso.
Com as imagens em mãos, ela procurou o Conselho Tutelar da Zona Sul e a delegacia de Polícia Civil. Foi registrado boletim de ocorrência e o caso encaminhado para a Vara da Infância e Juventude. Para dar prosseguimento ao caso, o menino deve ser ouvido por uma psicóloga, o que segundo a mãe ainda não ocorreu porque o depoimento ficou marcado para fevereiro de 2019, seis meses após as agressões.
A conselheira tutelar Renata Gomes, responsável pelo caso, explica que é o juiz quem vai decidir se haverá alguma punição e qual será, já que os agressores também são menores de idade. “Podem ser aplicadas medidas sócio-educativas, como a prestação de serviços comunitários, ou acompanhamento por parte do Conselho. Em situações mais extremas até o recolhimento do adolescente infrator pode ocorrer, a decisão é do juiz”, explica.
Segundo Renata, nos últimos três meses ela atendeu pelo menos três casos semelhantes e reforça que é importante que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos. “Os pais que passam por situações assim ficam muito revoltados e quando isso acontece, o ideal é procurar o Conselho Tutelar que é quem pode dar o encaminhamento correto e, caso seja necessário, indicar o acompanhamento psicológico para vítimas e agressores”.
A mãe do menino agredido no vídeo conta que ele ficou dois meses sem descer do apartamento onde mora para brincar nas dependências do condomínio, como costumava fazer antes da agressão. “Ele teve medo de apanhar novamente”, diz. Segundo a mãe, a briga ocorreu porque os meninos mais velhos queriam retirar os mais novos – que jogavam bola – da quadra para que eles pudessem andar de skate.
Depois da situação, o skate na quadra acabou proibido pelo estatuto do condomínio. Querendo uma resposta mais rápida para as agressões, a mãe conta que procurou os pais dos agressores para uma conversa e diz que eles se desculparam pelo ocorrido. Eles também foram chamados ao Conselho Tutelar, mas preferiram não comparecer.
“Ouvi muito que deveria deixar o caso do jeito que estava, inclusive por parte de autoridades que me atenderam. Eu sei que os agressores são jovens e não peço que sejam presos, apenas que aprendam uma lição. Espero que situações de humilhação como a que meu filho passou não se repitam e que tudo isso fique de exemplo”, conclui a mãe.
Agressão contra adolescente na escola
O caso do garoto agredido dentro da escola, e que foi divulgado pelo Maringá Post, teve um novo desfecho. A mãe do garoto, Vanusa Maria de Jesus, entrou em contato com nossa redação para avisar que o conselheiro tutelar responsável pelo caso a procurou para avisar que menino será transferido para outro colégio, possivelmente o João XXIII, que em 2019 passa a ser uma unidade do Colégio da Polícia Militar em Maringá.
Entramos em contato com o Conselho Tutelar da Zona Norte mas fomos informados de que o conselheiro responsável pelo caso, Carlos Bonfim, está de férias e só quando retornar poderá repassar mais informações.
Comentários estão fechados.